Evangélicos tentam invadir terreiro em Olinda
Vídeo que mostra grupo evangélico tentando invadir terreiro em Olinda, domingo, foi repudiado por internautas
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Babalorixá Érico Lustosa filmou o que classificou de ato de intolerância religiosaFoto: Marcos Pastich/JC Imagem |
Centenas de evangélicos com faixas e gritando palavras de ordem realizam protesto em frente a um terreiro de matriz africana e afro-brasileira – candomblé, umbanda e jurema. As imagens poderiam ser de um filme sobre a Idade Média. No entanto, foram registradas no domingo, no Varadouro, em Olinda, Grande Recife. As cenas de intolerância religiosa circularam ontem nas redes sociais e provocaram a revolta de milhares de internautas.
As imagens foram captadas pelo filósofo e babalorixá Érico Lustosa,
vizinho do terreiro alvo dos ataques. Segundo ele, por pouco os
evangélicos não invadiram o espaço. “Eles gritavam ‘Sai daí, satanás’ e
forçaram o portão. Foi aí que me coloquei em frente ao portão e meu
filho começou a gravar. Um deles gritou para a gente tomar cuidado, que
ele era evangélico mas era também um ex-matador”, relembrou.
O fato ocorreu uma semana depois que pessoas invadiram terreiros em
Brejo da Madre de Deus, no Agreste, após o assassinato de uma criança,
segundo a polícia, a mando de um pai de santo. Pesquisadores dizem que
essas religiões não realizam sacrifício de humanos.
Com a repercussão nas redes sociais – o
vídeo teve mais de 1,5 mil compartilhamentos no Facebook e cerca de 400
visualizações no YouTube em menos de 12 horas – representantes de
dezenas de terreiros se reuniram, ontem à tarde, no Palácio de Iemanjá,
no Alto da Sé, em Olinda.
No encontro foram discutidas propostas
para coibir a intolerância religiosa. Entre elas a de ser registrado um
boletim de ocorrência coletivo para denunciar o fato ocorrido no
Varadouro.
O terreiro alvo dos ataques é o de Pai Jairo de Iemanjá Sabá, na Rua Manuel Souza Lopes. Vizinhos repudiaram o protesto. “Moro aqui desde criança e o pessoal do terreiro nunca trouxe problema. Sou católica, mas respeito as outras religiões. O que fizeram foi um absurdo. Por pouco não invadiram o espaço”, disse a dona de casa Cintia Gomes, 25 anos.
O secretário-executivo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do Estado, Jorge Arruda, lamentou o fato em Olinda e afirmou que os ataques têm relação com o caso de Brejo da Madre de Deus. A igreja responsável pelo protesto não foi identificada.
Hoje haverá reunião entre representantes do Ministério Público, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e de terreiros. Também será lançada a cartilha Diversidade Religiosa e Direitos Humanos e debatida a intolerância contra as religiões de matriz africana e afro-brasileira em Pernambuco.
O terreiro alvo dos ataques é o de Pai Jairo de Iemanjá Sabá, na Rua Manuel Souza Lopes. Vizinhos repudiaram o protesto. “Moro aqui desde criança e o pessoal do terreiro nunca trouxe problema. Sou católica, mas respeito as outras religiões. O que fizeram foi um absurdo. Por pouco não invadiram o espaço”, disse a dona de casa Cintia Gomes, 25 anos.
O secretário-executivo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do Estado, Jorge Arruda, lamentou o fato em Olinda e afirmou que os ataques têm relação com o caso de Brejo da Madre de Deus. A igreja responsável pelo protesto não foi identificada.
Hoje haverá reunião entre representantes do Ministério Público, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e de terreiros. Também será lançada a cartilha Diversidade Religiosa e Direitos Humanos e debatida a intolerância contra as religiões de matriz africana e afro-brasileira em Pernambuco.
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