O ministro Juan Ramón Quintana (em foto de junho de 2007) foi acusado pela 'Veja' de ligações com o narcotráfico. Foto: AFP/Arquivo |
LA PAZ (AFP) – O veterano esquerdista Jerjes Justiniano foi
apresentado nesta quarta-feira 11 pelo governo como o novo embaixador da
Bolívia no Brasil e anunciou que sua primeira função será pedir à
revista Veja uma retificação de uma matéria que vincula funcionários
bolivianos ao narcotráfico.
“Vou exigir que a revista Veja se retrate, que faça uma publicação se
retratando e, caso ela não faça, então que seja apresentada uma ação
judicial exigindo uma retratação”, afirmou em uma coletiva de imprensa
na Casa Presidencial ao lado do ministro da Presidência, Juan Ramón
Quintana.
Quintana foi o responsável por divulgar a notícia.
Em sua última publicação, reproduzida por jornais bolivianos, a Veja
afirmou que o narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado Munhoz
Filho, preso no Brasil, havia se reunido em 2010 como o ministro
Quintana na cidade boliviana de Santa Cruz (leste).
A versão da revista – baseada em supostas informações de inteligência
da Polícia boliviana – indica que a ex-rainha de beleza e atual
diretora regional de fronteiras Jessica Jordan também participou do
encontro.
A Bolívia já anunciou que processará a revista na justiça brasileira.
Justiniano, que substitui no cargo o jornalista Alberto Gonzales,
afirmou: “É uma responsabilidade que tenho que assumir imediatamente”, a
de tomar ações contra a publicação brasileira, primeiro pela via
diplomática e depois pela judicial, se o primeiro passo não prosperar.
“É uma farsa, é uma publicação grosseira, é simplesmente querer
prejudicar o Estado e o Governo bolivianos", afirmou o embaixador, que
ressaltou que “já recebemos a aprovação do Brasil”.
Justiniano é um líder socialista veterano e um respeitado professor universitário na cidade de Santa Cruz, no leste da Bolívia.
Fonte: CartaCapital
No Folha 13
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