segunda-feira, 2 de julho de 2012

A Pátria Grande: Nasce uma potência

Nasce uma Potência

As naçãos da América do Sul viveram um dia histórico. Com o ingresso da Venezuela no MERCOSUL, passamos a ser  um dos blocos econômicos e geopolíticos mais importantes do Planeta. 

Auto-suficiente  em produtos estratégicos, como proteínas animais e vegetais, bem como em combustiveis fósseis ou renováveis, só nós temos este privilégio e precisamos tirar partido dele.

É de se ver que as demais potências mundiais precisam muito mais de nós do que o inverso. Além disso, possuimos um enorme e florescente mercado interno, graças às políticas de distribuição de renda praticada por nossos países.

O fudamental, agora, é que os setores populares assumam o comando do proceso. O MERCOSUL,  e a UNASUL, União das Nações Sulamericanas, são temas importantes demais para  serem pautados por empresários e banqueiros, que, imediatistas e egoístas, pensam pequeno, sem visão estratégica e de futuro.

É preciso insuflar um Movimento Popular Nacional que, respeitadas as pecualiaridades de nossas nações, consolide a união da América do Sul, a Pátria Grande.

Enquanto isso, a mídia apátrida, serva do Capital Financeiro e atrelada aos intereses estratégicos  do Departamento de Estado, apenas torce o nariz, critica e deplora.

Texto de 29-06-12

Sai o verdadeiro patriota

O lado positivo foi o  ingresso  na Venezuela no Mercosul

O Congresso Paraguaio era o único que ainda não havia aprovado a adesão de Caracas ao organismo. Com o governo de Assunção excluído, a presidenta argentina, Cristina F Kirchner, anunciou,  esta tarde em Mendoza, o ingresso defintivo da Venezuela no Mercosul. A solenidade oficial de ingresso será  no dia 31 de julho, no Rio.

Em meio à Crise Paraguaia, a reunião dos presidentes do MERCOSUL que se realiza a partir de hoje (29) em Mendoza (Arg), já causou uma grande baixa na diplomacia brasileira: o pedido de demissão de Samuel Ribeiro Guimarães, ex-secretário-geral do Itamaraty  ex- ministro de Assuntos Estratégicos [Leia aqui, as razões do pedido de demissão do diplomata].

Guimarães estava exercendo atualmente a presidência do Alto Comissariado do MERCOSUL e anunciou sua saída por considerar insatisfatória a posição do Itamaraty na implantação efetiva do mercado comum e da união política da América do Sul. Na verdade ele é inspirador e, pode-se dizer, pai da Doutrina Sulamericanista.

O diplomata assumiu o cargo de alto representante-geral do MERCOSUL em janeiro de 2011, para um mandato de três anos. Na organização ele desempenhava as funções de articulação política, formulação de propostas e representação das posições comuns do bloco.

Nacionalista fervoroso, como Ministro de Assuntos Estratégicos no segundo mandato do presidente Lula, ele denunciou as pressões internacionais sobre a Amazônia  e destacou o perigo representado pela instalação de bases militares americanas na Colômbia.

Além disso, propôs a criação (tese sempre defendida  por este blog)  de estatais de grande porte, para defender e administrar os recurso naturais estratégicos da região, a começar pela própria floresta.

Apátrida, subordinada ao Capital Financeiro e atrelada aos interesses estratégicos do Departamento de Estado, a mídia brasileira desfoca deliberadamente o noticiário e toca apenas de leve nas questões que levaram Pinheiro Guimarães à renúncia.

Vale lembrar que, como secretário-geral do Itamaraty, no primeiro mandato do presidente Lula, sendo chanceler o embaixador Celso Amorim, foi Pinheiro Guimarães quem forneceu a base teórica e os instrumentos técnicos e diplomáticos para a grande inflexão à esquerda dada pelo Brasil e pela Argentina. A partir desse ponto, a contestação da hegemonia norte-americana passou a ser a tônica de nossas diplomacias.

Até então, o que se discutia era a adesão dos países do Continente à ALCA, um mercado comum gigantesco, controlado pelos EUA e que se estenderia do Alasca  à Patagônia. Seria o fim do MERCOSUL e do sonho de união sulamericana.

Patriota X Patriota

Com a histórica decisão dos presidentes Lula e Néstor Kirchner de abandonar as negociações com a ALCA em 2005, inaugurou-se uma nova fase geopolítica no Continente. Hoje a  influência norte-americana se limita ao Chile e  à Colômbia e, mesmo nesses dois casos, de forma diluída. Nesse sentido, o governo golpista do Paraguai simboliza uma tentativa de volta ao passado hegemônico dos EUA. E sob esse prisma deve ser analisado.

Entretanto, é notória a inapetência do atual chanceler brasileiro, Antônio Patriota, em relação à unificação sulamericana. Como diplomata frio e competente, ele cumpre honestamente  sua tarefa, mas lhe falta, como já comentamos neste blog, a empolgação, a emoção do empenho de uma missão o que só ocorre quando temos noção de sua importância e de sua oportunidade histórica.

Nosso atual chanceler passa ao largo de tudo isso, bem ao contrário de seu antecessor Celso Amorim e de Pinheiro Guimarães que agora renuncia justamente para denunciar toda essa frieza.

E seria ingenuidade não supor que a posição de Patriota reflete de algum modo a sensibilidade da presidenta Dilma em relação ao tema. Parece óbvio que ela não tem, como Lula, uma visão estratégica e engajada sobre esta questão central: a União Sulamericana.

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