Os peritos, no entanto, não afirmam se o menino terá sequelas, por isso foi solicitado um laudo complementar que deve ficar pronto em 30 dias
A
médica cirurgiã Rachel Pedrosa, acusada de deixar cair o produto no
olho esquerdo do menino Bruno Lima Furtado, de 1 ano e 7 meses, será
indiciada por lesão corporal. O inspetor Renato Conti, oficial de
cartório da 41ª DP (Tanque) e responsável pelo caso, disse que a
investigação foi concluída nesta segunda-feira (16), após terem sido
ouvidos os três médicos envolvidos no caso: a cirurgiã Rachel, um
oftalmologista e uma pediatra.
De acordo com informações da Rádio CBN, o laudo pedido pela polícia
confirma o ferimento. Os peritos, no entanto, não afirmam se o menino
terá sequelas, por isso foi solicitado um laudo complementar que deve
ficar pronto em 30 dias. Se condenada, Rachel pode pegar de três meses a
um ano de prisão, mas, de acordo com Conti, dependerá do juiz do
Juizado Especial Criminal de Jacarepaguá, para onde o caso foi
encaminhado.
"A pena pode ser abrandada, por exemplo, por prestação de serviços
comunitários. A médica foi indiciada como autora da lesão corporal
culposa, quando não há intenção, porque ela agiu por negligência,
imprudência ou imperícia, que configuram o crime", disse o inspetor, que
afirmou que a médica, em seu depoimento à polícia, disse que a colagem
foi um acidente porque a criança teria feito um movimento com as mãos,
que teria feito a cola cair dentro do olho esquerdo.
O caso ocorreu no último dia 3, no hospital Rio's D'Or, na Freguesia,
em Jacarepaguá. Bruno havia caído enquanto brincava dentro de casa e
tinha sofrido um corte no supercílio ao bater numa mesa. A médica optou
pela cola no lugar de fazer uma sutura. O produto tem a mesma substância
(cianoacrilato) da cola tipo Super Bonder.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu uma
sindicância contra a médica. As matérias que sairam na imprensa
serviram como base para justificar a abertura do processo.
Os pais da criança, o servidor público Fabiano Mendonça e a
meteorologista Gilmara Furtado, acusam a cirurgiã Rachel Pedrosa de erro
médico e pretendem recorrer à Justiça. A cola, de acordo com o casal,
atingiu o globo ocular da criança e provocou o fechamento parcial da
pálpebra. Os pais afirmam que a médica apertou com muita força o bastão
da cola. Por causa do problema, o menino teve que ser internado, mas já
está em casa e passa bem.
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