O ex-boxeador porto-riquenho Héctor "Macho" Camacho morreu aos 50 anos de idade devido ao disparo que recebeu no rosto na última terça-feira, confirmou hoje o diretor do Centro Médico de San Juan, Ernesto Torres.
O médico explicou em entrevista coletiva que os
últimos exames realizados no ex-campeão mundial em três categorias
diferentes certificaram sua morte cerebral.
Camacho foi atingido
por um tiro na noite de terça, aparentemente em uma emboscada, quando
entrava em seu carro em frente a um shopping center na região
metropolitana de San Juan. Um homem que o acompanhava também foi baleado
e morreu.
Ernesto Torres disse que "Macho" Camacho perdeu a
última luta de sua vida após quase dois dias nos quais os médicos
esperaram o máximo possível para dá-lo como morto.
O médico
ressaltou o diagnóstico de morte cerebral, e disse que a família do
ex-boxeador decidirá amanhã se desligará o respirador artificial que o
mantém vivo. Segundo ele, o pai de "Macho" Camacho manifestou o desejo
de que os órgãos de Camacho sejam doados.
A decisão de quando
desligar os aparelhos, esclareceu, será tomada depois da chegada à ilha
do filho do ex-pugilista, Héctor Camacho Jr, que está em Nova York.
O
ex-boxeador recebeu um disparo na noite de terça-feira perto de um
shopping center em Bayamón, cidade da região metropolitana de San Juan.
No incidente, também morreu seu amigo Alberto Yamil Mojica Moreno, que o
acompanhava e era fichado pela polícia por tráfico de drogas.
"Macho"
Camacho recebeu um tiro na mandíbula que fraturou suas vértebras
cervicais números 5 e 6 e provocou uma lesão na artéria carótida que
interrompeu o fluxo de sangue em direção ao cérebro.
O assassinato
do ex-boxeador foi o desfecho para a intensa vida de um atleta para
quem o ringue foi tudo, mas que da mesma forma que muitos outros
pugilistas seguiu o rumo das drogas, do álcool e de acusações de
violência doméstica.
Camacho iniciou seus problemas com a justiça
em 2005, quando foi acusado de posse de drogas (ecstasy), problema que
se repetiu dois anos mais tarde, quando se declarou culpado de estar sob
efeito de álcool em um incidente nos Estados Unidos no qual pretendia
levar um computador de uma loja sem pagar.
Em setembro de 2011, o
veículo de Macho "Camacho" foi baleado em San Juan em um episódio pouco
claro no qual o boxeador disse ter sido vítima de uma tentativa de
agressão.
Os últimos anos do ex-boxeador, porém, não mancham sua
espetacular carreira nos ringues. Nascido em Bayamón, foi criado em Nova
York, onde fez sua estreia profissional em 1980.
Camacho começou
assim uma ascensão meteórica para o excêntrico boxeador, que após 21
vitórias seguidas teve a primeira oportunidade de lutar por um título
mundial, em 7 de agosto de 1983, e não a desperdiçou, ao se impor em
cinco rounds no combate com o mexicano Rafael Limón.
Camacho
continuou defendendo com sucesso seu cinturão da categoria 59 quilos até
que decidiu subir para o peso leve do CMB (Conselho Mundial de Boxe),
derrotando por decisão unânime o mexicano José Luis Ramírez em 10 de
agosto de 1985, em Las Vegas.
Em junho do ano seguinte, enfrentou o
também porto-riquenho Edwin 'Chapo' Rosario, a quem derrotou por
decisão dividida em luta realizada no Madison Square Garden, em Nova
York.
Três anos depois, em 6 de março de 1989, Camacho conquistou
seu terceiro título, desta vez o dos meio-médio júnior da Organização
Mundial de Boxe (OMB), vencendo Ray 'Boom Boom' Mancini.
Camacho
sofreu em 1991 sua primeira derrota, para Greg Haugen, por decisão
dividida quando defendia seu cinturão conquistado dois anos antes, mas
na revanche o porto-riquenho o tomou de volta ao derrotá-lo com o mesmo
resultado.
Camacho subiu pela última vez em um ringue em 14 de
maio de 2010, quando perdeu por decisão unânime para o mexicano Saúl
Durán, antes de pendurar as luvas com um cartel de 79 vitórias, seis
derrotas e três empates.
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