EUA acusam palestinos de serem os responsáveis pelos bombardeios israelenses
O vice-primeiro-ministro de Israel, Eli Yishai, alegou neste sábado (17/11) que o objetivo da operação é “mandar Gaza de volta para a Idade Média” para que seu país “tenha tranquilidade por 40 anos”.
As declarações surgem no momento em que Israel faz seus últimos
preparativos para uma invasão terrestre contra o território palestino.
Ainda nesta madrugada, bombardeios da Força Aérea Israelense destruíram a
sede do movimento de resistência Hamas e o gabinete do
primeiro-ministro do país, Ismail Haniya.
Em Tel Aviv, centro financeiro e comercial de Israel, centenas
protestaram contra a chamada “Operação Pilar Defensivo”, que eclodiu na
última quarta-feira (14/11) com a morte do até então líder militar do
Hamas, Ahmed Jabari.
Também neste sábado, um oficial de segurança e comunicação militar do
governo dos EUA disse à imprensa que “os israelenses tomarão decisões
táticas e operacionais sozinhos”. Segundo Ben Rhodes, o governo de
Barack Obama “quer o mesmo que Israel”, isto é, “o fim do lançamento de
foguetes de Gaza”.
Rhodes, que acompanha o presidente norte-americano Barack Obama em uma
viagem pela Ásia colocou em dúvida as origens dessa nova série de
conflitos e disse que é pouco provável que a tensão tenha surgido à
partir da morte de Ahmed Jabari. "Achamos que o fator desencadeante do
conflito foi o lançamento de foguetes procedentes de Gaza. Acreditamos
que Israel tem o direito de se defender e de tomar suas próprias
decisões", argumentou.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já autorizou que
cerca de 75 mil oficiais israelenses da reserva sejam convocados pelas
Forças Armadas. Números apurados por agências de notícias apontam que,
após quatro dias de troca de agressões, já são 38 os palestinos mortos e
três os israelenses.
Ataque bárbaro
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, pediu neste sábado
que todas as iniciativas para encerrar conflitos com Israel sejam
revistas. No início de uma reunião extraordinária dos ministros árabes
de Relações Exteriores no Cairo, ele destacou que "os crimes cometidos
contra Gaza não podem ficar impunes porque são crimes de guerra" e
considerou que os últimos atos de violência são "outros capítulos da
ocupação israelense". Al Araby também concordou em viajar a Gaza nas
próximas horas, chefiando uma delegação diplomática.
"Não haverá paz nem estabilidade enquanto a ocupação israelense
continuar", destacou o secretário-geral da Liga Árabe, que pediu a união
das diferentes frentes de resistência da Palestina.
Os chefes das diplomacias árabes devem analisar um projeto de resolução
que condena "a permanente agressão israelense à Gaza". De acordo com
fontes ouvidas pela Agência Efe, o mesmo documento julga a “Operação
Pilar Defensivo” como "um ataque bárbaro, que fere princípios de
legalidade internacional e de direitos humanos".
A reunião dos titulares das Relações Exteriores foi atrasada em algumas
horas para aguardar a chegada do ministro tunisiano, Rafik Abdel Salam,
ao Cairo. Ele repetiu o gesto de solidariedade do premiê egípcio Hisham
Kandil e visitou a Faixa de Gaza.
O bloco apoia os esforços do Egito enquanto mediador do conflito e
exigiu do Conselho de Segurança das Nações Unidas que trabalhe pela
preservação da paz mundial (sua função primordial segundo a Carta de São
Francisco, tratado fundador da ONU).
Uma das expectativas é de que os chanceleres presentes no encontro
respaldem a ANP (Autoridade Nacional Palestina) em sua tentativa de
recorrer à Assembleia Geral das Nações Unidas para obter o
reconhecimento de Estado observador.
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