Mais uma “novela” está acontecendo dentro do PT recifense; 22 mil novos filiados ao partido podem não votar no Processo de Eleições Diretas (PED), marcado para novembro do ano que vem; pelo estatuto da legenda, 10 de novembro foi o prazo final para a aprovação das filiações; a maioria dos novos integrantes que preencherem a ficha de filiação do Partido dos Trabalhadores é ligada ao atual prefeito João da Costa, cujos partidários dizem que o atraso na aprovação foi uma manobra do senador e candidato derrotado à Prefeitura do Recife, Humberto Costa, e do deputado e candidato a vice na chapa petista, João Paulo
Mais uma “novela” está acontecendo dentro do PT recifense. Desta vez,
22 mil filiados do partido podem não votar no Processo de Eleições
Diretas (PED), marcado para novembro do ano que vem. De acordo com o
estatuto da legenda, o último dia 10 de novembro foi o prazo final para a
aprovação das filiações, prazo confirmado em reunião da Executiva
municipal da legenda realizada no dia 30 de outubro. A maioria dos novos
integrantes que preencherem a ficha de filiação do Partido dos
Trabalhadores é ligada ao atual prefeito João da Costa, cujos
partidários dizem que o atraso na aprovação foi uma manobra do senador e
candidato derrotado à Prefeitura do Recife, Humberto Costa, e do
deputado e candidato a vice na chapa petista, João Paulo.
O fato é que o prazo venceu e prejudicou aqueles que almejam se
filiar ao PT. Agora, a Executiva Nacional do partido deverá interferir
diretamente no processo e decidir se aprova ou não as filiações fora do
prazo. As informações dão conta de que integrantes das tendências
Construindo Um Novo Brasil (CNB) e Articulação de Esquerda (AE), ligadas
ao senador Humberto Costa e ao ex-prefeito do Recife, João Paulo,
respectivamente, trabalharam para impedir a abonação das fichas no
período determinado. Isso porque ambos os petistas são, hoje, desafetos
do prefeito João da Costa.
“A maioria do diretório é da Articulação de Esquerda e da CNB. Eles
não queriam que as fichas fossem abonadas, por isso o secretário de
organização, Antônio Pessoa, deixou o prazo vencer”, disse o presidente
do PT no Recife, Oscar Barreto, em entrevista ao Jornal do Commercio.
Ele diz que não houve convocação para a reunião onde o prazo de filiação
fosse exposto. Agora, o partido deve contar com 14 mil filiados no PED,
o mesmo número na votação das prévias partidárias, realizada em junho
deste ano.
As indefinições e os equívocos na preparação para o PED se somam às
instabilidades já existentes dentro do PT. Candidato da sigla neste ano,
o senador Humberto Costa virou desafeto do atual gestor a quem acusa de
não ter dado apoio a sua campanha no último pleito municipal. O motivo
para a falta de empenho de João da Costa teria sido a impugnação da sua
postulação à reeleição pela Executiva nacional do PT em junho, durante
as prévias partidárias.
Na ocasião, integrantes da cúpula nacional afirmaram que o clima
interno da legenda estava tenso, o que diminuiria as chances de vitória
no pleito. Tanto que a primeira prévia foi cancelada por denúncias de
fraude nas votações em favor do atual prefeito. Posteriormente,
decidiu-se apresentar Humberto Costa visando o consenso intrapartidário e
a vitória nas eleições, o que não ocorreu. No caso de João Paulo, a
causa da estremecida relação com o prefeito desde 2008 não foi
esclarecida até hoje.
Enquanto Oscar Barreto, diz que a secretaria de organização é que
deve convocar reunião, Antônio Pessoa coloca a responsabilidade no
presidente. “Quem convoca é o presidente. Os prazos são públicos,
amplamente divulgados no partido. Minha alçada é receber os pedidos”,
declarou.
Mesmo constando no estatuto do PT recifense prazos e cada uma das
etapas em relação aos preparativos do PED, houveram falhas e não se sabe
exatamente por quê. Agora, resta esperar como a legenda irá administrar
este processo para não deixar acontecer o que ocorreu no primeiro
semestre, quando a instabilidade interna se sobrepôs à definição do
vencedor das prévias e desgastou a imagem do partido.
O desfecho desta briga nas entranhas da legenda resultou na perda do
comando da Prefeitura administrada pela sigla durante doze anos. A
partir de 1° de janeiro de 2013,o Recife terá Geraldo Júlio (PSB) como
gestor, o que também é mais um foco de tensão a ser administrado, já que
parte do partido prega o não alinhamento automático, enquanto outros
defendem a manutenção da aliança que existe nos níveis Federal e
Estadual.
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