quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PT do Recife enfrenta mais uma crise interna

Mais uma “novela” está acontecendo dentro do PT recifense; 22 mil novos filiados ao partido podem não votar no Processo de Eleições Diretas (PED), marcado para novembro do ano que vem; pelo estatuto da legenda, 10 de novembro foi o prazo final para a aprovação das filiações; a maioria dos novos integrantes que preencherem a ficha de filiação do Partido dos Trabalhadores é ligada ao atual prefeito João da Costa, cujos partidários dizem que o atraso na aprovação foi uma manobra do senador e candidato derrotado à Prefeitura do Recife, Humberto Costa, e do deputado e candidato a vice na chapa petista, João Paulo

Mais uma “novela” está acontecendo dentro do PT recifense. Desta vez, 22 mil filiados do partido podem não votar no Processo de Eleições Diretas (PED), marcado para novembro do ano que vem. De acordo com o estatuto da legenda, o último dia 10 de novembro foi o prazo final para a aprovação das filiações, prazo confirmado em reunião da Executiva municipal da legenda realizada no dia 30 de outubro. A maioria dos novos integrantes que preencherem a ficha de filiação do Partido dos Trabalhadores é ligada ao atual prefeito João da Costa, cujos partidários dizem que o atraso na aprovação foi uma manobra do senador e candidato derrotado à Prefeitura do Recife, Humberto Costa, e do deputado e candidato a vice na chapa petista, João Paulo.

O fato é que o prazo venceu e prejudicou aqueles que almejam se filiar ao PT. Agora, a Executiva Nacional do partido deverá interferir diretamente no processo e decidir se aprova ou não as filiações fora do prazo. As informações dão conta de que integrantes das tendências Construindo Um Novo Brasil (CNB) e Articulação de Esquerda (AE), ligadas ao senador Humberto Costa e ao ex-prefeito do Recife, João Paulo, respectivamente, trabalharam para impedir a abonação das fichas no período determinado. Isso porque ambos os petistas são, hoje, desafetos do prefeito João da Costa.

“A maioria do diretório é da Articulação de Esquerda e da CNB. Eles não queriam que as fichas fossem abonadas, por isso o secretário de organização, Antônio Pessoa, deixou o prazo vencer”, disse o presidente do PT no Recife, Oscar Barreto, em entrevista ao Jornal do Commercio. Ele diz que não houve convocação para a reunião onde o prazo de filiação fosse exposto. Agora, o partido deve contar com 14 mil filiados no PED, o mesmo número na votação das prévias partidárias, realizada em junho deste ano.

As indefinições e os equívocos na preparação para o PED se somam às instabilidades já existentes dentro do PT. Candidato da sigla neste ano, o senador Humberto Costa virou desafeto do atual gestor a quem acusa de não ter dado apoio a sua campanha no último pleito municipal. O motivo para a falta de empenho de João da Costa teria sido a impugnação da sua postulação à reeleição pela Executiva nacional do PT em junho, durante as prévias partidárias.

Na ocasião, integrantes da cúpula nacional afirmaram que o clima interno da legenda estava tenso, o que diminuiria as chances de vitória no pleito. Tanto que a primeira prévia foi cancelada por denúncias de fraude nas votações em favor do atual prefeito. Posteriormente, decidiu-se apresentar Humberto Costa visando o consenso intrapartidário e a vitória nas eleições, o que não ocorreu. No caso de João Paulo, a causa da estremecida relação com o prefeito desde 2008 não foi esclarecida até hoje.

Enquanto Oscar Barreto, diz que a secretaria de organização é que deve convocar reunião, Antônio Pessoa coloca a responsabilidade no presidente. “Quem convoca é o presidente. Os prazos são públicos, amplamente divulgados no partido. Minha alçada é receber os pedidos”, declarou.

Mesmo constando no estatuto do PT recifense prazos e cada uma das etapas em relação aos preparativos do PED, houveram falhas e não se sabe exatamente por quê. Agora, resta esperar como a legenda irá administrar este processo para não deixar acontecer o que ocorreu no primeiro semestre, quando a instabilidade interna se sobrepôs à definição do vencedor das prévias e desgastou a imagem do partido.

O desfecho desta briga nas entranhas da legenda resultou na perda do comando da Prefeitura administrada pela sigla durante doze anos. A partir de 1° de janeiro de 2013,o Recife terá Geraldo Júlio (PSB) como gestor, o que também é mais um foco de tensão a ser administrado, já que parte do partido prega o não alinhamento automático, enquanto outros defendem a manutenção da aliança que existe nos níveis Federal e Estadual.

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