segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Revista Veja estimulou fraude no ENEM

ENEM: leu na Veja azar o seu

A revista promoveu fraude durante os dois dias de realização do ENEM. Via Twitter, estimulou que estudantes de todo o país publicassem fotos das provas e cartões de resposta. Mais de 60 pessoas responderam positivamente ao esquema do semanário de Roberto Civita e acabaram sendo desclassificados do exame.

Este é apenas mais um dos muitos ataques dessa coisa feita em papel couché contra o povo brasileiro.

Primeiro porque o ENEM é um concurso público e fraudar concurso público é crime. E portar equipamento eletrônico durante a realização de provas de concurso público não é permitido.

Discordar do sistema do ENEM é um direito de qualquer um, mas estimular fraude a um concurso público, não.

Em outros momentos foi o Grupo Folha, da Folha de São Paulo, através de sua gráfica – vencedora de licitação para imprimir as provas do ENEM – que fraudou o exame ao vazar a prova antes de sua realização.

Agora é Veja que atenta contra o ENEM.

E por que essa dedicação em destruir o Exame?

O ENEM é um sucesso. Em 2012, aproximadamente 6 milhões de estudantes realizaram a prova. Ele dá mais equilíbrio na disputa por uma vaga e unifica o país em termos de acesso à universidade. Destruiu a lógica dos cursinhos pré-vestibulares e dá mais ênfase a conhecimentos gerias e de atualidades.

Mesmo não sendo um sistema de ingresso perfeito – e isso não existe – o ENEM só não é melhor que o livre acesso à universidade. Infelizmente, essa é uma realidade ainda distante de nós.

Este sentimento em relação ao ENEM reflete o sentimento das elites nacionais, ecoado pela grande imprensa e seus papagaios espalhados Brasil afora. É o sentimento de ódio de classe aos trabalhadores e filhos do povo que agora podem estudar em uma universidade.

É claro que a disparidade social nas instituições de ensino superior ainda é grande, mas em descenso. Quer queiram ou não; quer gostem ou não a elite branca do país.

Não basta Veja usar sua condição de imprensa para chantagear membros de estatais a mando do bicheiro Cachoeira; não basta boatar – com a anuência de um ministro do STF – que Lula tentou intervir no julgamento do chamado “mensalão”; não basta publicar e requentar entrevista sem fita; e agora estímulo a fraude em concurso público.

O que Veja fez não atinge somente àqueles que publicaram fotos do exame, atinge a todos os brasileiros. O ENEM é uma forma de ingresso em universidades, públicas e privadas.

Todos os contratos da editora Abril com órgãos públicos deveriam ser revogados. Seus ataques contra a democracia e o Estado são claros como água potável em copo de cristal.

Quando você pensa que já viu tudo que Veja poderia fazer, ela se supera.

A coisa boa – se é que tem - disso tudo é que de mais ou menos 6 milhões de participantes, apenas pouco mais de 60 seguiram a publicação criminosa.

O ENEM é mesmo um sucesso e se aperfeiçoa a cada ano.

O Ministério Público não vai mover uma ação contra Veja. Isso é mais que certo. Com esse MP que temos no Brasil, mais fácil boi voar.

O que falta para esta a coisa feita em papel couché responder na Justiça por seus crimes?

Acho que falta é poder ao Poder Judiciário.



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