ENEM: leu na Veja azar o seu
A revista
promoveu fraude durante os dois dias de realização do ENEM. Via
Twitter, estimulou que estudantes de todo o país publicassem fotos
das provas e cartões de resposta. Mais de 60 pessoas responderam
positivamente ao esquema do semanário de Roberto Civita e acabaram
sendo desclassificados do exame.
Este é
apenas mais um dos muitos ataques dessa coisa feita em papel couché
contra o povo brasileiro.
Primeiro
porque o ENEM é um concurso público e fraudar concurso público é
crime. E portar equipamento eletrônico durante a realização de
provas de concurso público não é permitido.
Discordar
do sistema do ENEM é um direito de qualquer um, mas estimular fraude
a um concurso público, não.
Em
outros momentos foi o Grupo Folha, da Folha de São Paulo, através
de sua gráfica – vencedora de licitação para imprimir as provas
do ENEM – que fraudou o exame ao vazar a prova antes de sua
realização.
Agora é
Veja que atenta contra o ENEM.
E por que essa dedicação em destruir o Exame?
O ENEM é
um sucesso. Em 2012, aproximadamente 6 milhões de estudantes
realizaram a prova. Ele dá mais equilíbrio na disputa por uma vaga
e unifica o país em termos de acesso à universidade. Destruiu a
lógica dos cursinhos pré-vestibulares e dá mais ênfase a
conhecimentos gerias e de atualidades.
Mesmo não
sendo um sistema de ingresso perfeito – e isso não existe – o
ENEM só não é melhor que o livre acesso à universidade.
Infelizmente, essa é uma realidade ainda distante de nós.
Este
sentimento em relação ao ENEM reflete o sentimento das elites
nacionais, ecoado pela grande imprensa e seus papagaios espalhados
Brasil afora. É o sentimento de ódio de classe aos trabalhadores e
filhos do povo que agora podem estudar em uma universidade.
É claro
que a disparidade social nas instituições de ensino superior ainda
é grande, mas em descenso. Quer queiram ou não; quer gostem ou não
a elite branca do país.
Não
basta Veja usar sua condição de imprensa para chantagear membros de
estatais a mando do bicheiro Cachoeira; não basta boatar – com a
anuência de um ministro do STF – que Lula tentou intervir no
julgamento do chamado “mensalão”; não basta publicar e
requentar entrevista sem fita; e agora estímulo a fraude em concurso
público.
O que
Veja fez não atinge somente àqueles que publicaram fotos do exame,
atinge a todos os brasileiros. O ENEM é uma forma de ingresso em
universidades, públicas e privadas.
Todos os
contratos da editora Abril com órgãos públicos deveriam ser
revogados. Seus ataques contra a democracia e o Estado são claros
como água potável em copo de cristal.
Quando
você pensa que já viu tudo que Veja poderia fazer, ela se supera.
A coisa
boa – se é que tem - disso tudo é que de mais ou menos 6 milhões
de participantes, apenas pouco mais de 60 seguiram a publicação
criminosa.
O ENEM é
mesmo um sucesso e se aperfeiçoa a cada ano.
O
Ministério Público não vai mover uma ação contra Veja. Isso é
mais que certo. Com esse MP que temos no Brasil, mais fácil boi
voar.
O que
falta para esta a coisa feita em papel couché responder na Justiça
por seus crimes?
Acho que
falta é poder ao Poder Judiciário.
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