sábado, 29 de dezembro de 2012

Vídeo pornô no Portal UOL, da Folha de S. Paulo, é alvo do MPF

Após denúncia do 247, vídeo do UOL para no MP

Filme pornô publicado no portal de notícias que pertence à Folha de S.Paulo, de Otavio Frias Filho, simula estupro de mulheres, que gritam e fogem até de facas de seus "agressores". Secretaria de Direitos para Mulheres, comandada pela ministra Eleonora Menicucci, foi acionada um dia depois de matéria publicada no 247 e pediu apuração e providências sobre o caso à Procuradoria dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal. Site dificultou acesso ao vídeo, que estava destacado no canal de sexo

Depois de o 247 ter publicado reportagem denunciando um vídeo pornô que simulava estupros contra mulheres, publicado no canal de sexo do portal UOL, da Folha de S.Paulo, o caso foi parar no Ministério Público Federal. A Secretaria de Políticas para as Mulheres, comandada pela ministra Eleonora Menicucci, foi acionada em 24 de dezembro por meio de sua ouvidoria, um dia depois da publicação da nossa reportagem, e encaminhou o caso para o MP. "A SPM foi acionada, por meio de sua Ouvidoria, em 24 de dezembro, por uma demandante. A partir disso, a SPM oficiou a Procuradoria dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, solicitando apuração e providências em relação ao caso", respondeu a Secretaria ao 247, por meio de sua assessoria de imprensa. Procurado pela nossa equipe, o Ministério Público não conseguiu verificar o andamento do caso devido a problemas técnicos no sistema.

Acesso no UOL

O vídeo do UOL, que antes podia ser acessado direto da página principal do canal de sexo, agora está mais escondido. As chamadas para ele eram: "Violando a loira" e "Ela foi forçada a fazer sexo!", incluindo, desta forma, o estupro como uma categoria de pornô. Agora, depois de acessar o canal "entretenimento" e "sexo", não se vê mais o filme em destaque, é preciso procurá-lo no canal "brasileirinhas".

De qualquer forma, tanto antes quanto agora o link é liberado para qualquer internauta, mesmo que seja menor de idade. Para entrar no canal de sexo, basta clicar em "prosseguir" quando o portal "avisa" que a seguir há conteúdo "impróprio para menores de 18 anos". No canal "brasileirinhas", o botão "Eu concordo" facilmente leva o internauta diretamente para o acesso aos vídeos.

Na reportagem anterior, o 247 colocou em questão o quanto isso é grave num país onde milhares de mulheres morrem sofrem violência doméstica diariamente – e morrem em decorrência dela. De acordo com números do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, divulgado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres e pelo Dieese, quatro entre cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. Nos últimos 30 anos, 92 mil mulheres foram mortas no Brasil vítimas desse mal.


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