O Estadão deu, a Folha ecoou se fazendo de besta e o PGR mais ordinário desta república negou se fazendo de desavisado. Aí o Estadão retificou. E a Folha negou o que afirmou.
Não faz diferença quem levantou a bola. É o velho jogo dos teclados
nas redações do PiG. Plantam o verde e torcem pra “madurar”.
Repercutem-se, uns aos outros, os imorais, para dar “fundamento” às
trapaças publicadas. Uma mão lava a outra, certo chefe? A regra é compor
manchetes usando os nomes de Lula, Dilma, Zé Dirceu, Marcos Valério,
Cachoeira, etc, misturados com palavras como: quadrilha, esquema,
corrupção, PT, petistas – além da azeitona da empada: a palavra
“mensalão”. Em qualquer ordem, essas palavras, todas juntas, em duplas,
trios, ou o que for, vão se revezando na dança das manchetes.
Outro dia, o chefe mandou o repórter da Folha perguntar ao Zé Dirceu
se, diante das condenações, o ex-ministro cogitava fugir do país. É
claro que Dirceu respondeu NÃO retumbante! Mas produziu a manchete
desejada: “Não vou fugir do Brasil, diz Dirceu”.
Como se fosse um culpado, conformado com sua condenação! Como se não
tivesse uma história de vida inteira dedicada ao Brasil. Como se nada
representassem sua luta contra a ditadura, pela redemocratização, pela
Constituinte, pela criação do maior partido popular da história, por
viabilizar a eleição de Lula e todas as mudanças decorrentes de seu
governo. A Folha e seus colegas de banca criaram o crime, denunciaram,
obrigaram o STF a condenar sem provas e ainda perguntam se vai fugir??!!
O bate-estaca anti petista ad infinitum vai se tornando tão
óbvio quanto finito. A cada dia que passa, a imprensa perde
credibilidade, leitores e, consequentemente, anunciantes. Uma coisa é
certa: ao raiar de 2014, quando a avalanche midiática da Copa do Mundo
surgir, acelerar e se sobrepor a tudo, a sorte já estará lançada. Então,
o chumbo grosso que se insinuou nas manchetes do Estadão desta semana,
repercutidas pela Folha, se restringirá a este ano. Em 2014, o país
precisará estar em “ordem” para realizar a Copa.
Apesar do PT e Dilma não reagirem aos ataques da imprensa – como disse a própria presidenta (“bater boca com a midia é perda de tempo“) – a
sociedade, a classe política, os sindicatos, o povo e até o próprio
ex-presidente Lula já se mobilizam. Com a decisão de reeditar as Caravanas da Cidadania,
Lula voltará às ruas para defender seus mandatos, sua história e seu
legado, repetindo 2005, quando deu o drible da vaca nos golpistas e
reelegeu-se espetacularmente. E, como sempre foi e será, terá a
cobertura desonesta e predatória da imprensa. Mas, por outro lado,
contará com um reforço de peso que lhe faltou em 2005: o apoio logístico
da militância nas redes sociais e na blogosfera para mobilizar a
população.
Talvez o país precise mesmo disso. Uma crise institucional, um
confronto mais aberto entre as forças democráticas e a elite
conservadora, sem panos quentes. Um enfrentamento que revele a todos
quem é quem afinal. Talvez seja exatamente isso que falte para que a
direita e sua imprensa compreendam que as transformações dos últimos dez
anos são tão reais quanto irreversíveis. Talvez tenhamos que passar por
mais um pesadelo de enfrentamentos, para que o PT acorde e assuma-se
como o maior partido, que é de fato, da América Latina.
O PiG continua a servir aos seus leitores bovinos o mesmo escândalo
perneta de provas e abarrotado em distorções que ruminam desde 2005.
Tudo que buscaram nos últimos dez anos foi vingança contra o operário
que os derrotou quatro vezes nas Urnas. Em vez de reconstruírem seu
partido e buscarem sangue novo e novas propostas, se agarraram à uma
frase de efeito de Roberto Jefferson em 2005, e desde lá não largam mais
aquele osso.
Como já ultrapassaram os limites da constitucionalidade no julgamento
da 470 e na sua “cobertura”, os golpistas estão naquele estágio em que
não dá mais para frear. Portanto só lhes resta acelerar. Terão fôlego
moral e credibilidade para chegar a 2014 em condições de enfrentar a
“Seleção Brasileira” de Dilma? Não só a do time de futebol, mas também
aquela que dá à presidenta 80% de aprovação? Pouco provável, embora
possível.
Na verdade, tudo começa e termina no fato de Lula ser um operário,
sem curso superior, claramente a favor dos pobres e da classe
trabalhadora, que se coloca sobre suas cabeças – embora insistam em
enxergá-lo sob seus pés. A campanha contra o PT será baseada, como
sempre foi, em ódio e vingança pessoal dos derrotados. Não trará
benefícios a ninguém.
Neste ano, a luta será a mesma. O inimigo, o mesmo. As armas, as
mesmas. E se eles tem um batman laranja de araque, nós temos a verdade, a
razão e o povo a nosso favor.
Sinceramente? São uns trogloditas. ¡No Pasarán!
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