terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Haddad, chefe dos prefeitos

A partir desta terça-feira (1º), quando os prefeitos eleitos dos 5.564 municípios brasileiros assumem os postos, além de se preocuparem com as próprias gestões, eles começam a abraçar outra missão: a de ajudar a eleger o próximo presidente do país. Dilma Rousseff já começou seu alistamento e conta com capitais como São Paulo e Porto Alegre. No fim deste mês ela se reúne com os eleitos na tentativa de atraí-los para seu exército.

Alguns soldados já foram convocados e já sabem que trabalharão nos próximos dois anos para manter Dilma no poder. O general é Fernando Haddad (PT), que comanda São Paulo, a maior cidade do país. Além da solidariedade partidária, Haddad não pode negar que Dilma também trabalhou por sua eleição. A presidente sacrificou dois ministérios — o da Pesca e Aquicultura para o PRB de Celso Russomanno, seu adversário, e o da Cultura, para tirar Marta Suplicy do caminho —, e esteve em dois de seus comícios. O prestígio não foi altruísta.

Gustavo Fruet (PDT), prefeito de Curitiba, também está convocado. Eleito com o empenho pessoal de Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil — que planeja candidatar-se ao governo do estado —, deve retribuir o favor à ministra, o que também favorece a presidente que a colocou na pasta. Em Porto Alegre, apesar de ser a cidade onde vota, Dilma evitou se envolver na disputa. Eleito, José Fortunati (PDT), amigo da presidente, faz parte do exército.

No Nordeste, a única capital eleita pelo PT foi João Pessoa, com Luciano Cartaxo. Ainda assim, Dilma planeja ampliar a tropa por lá e nas demais regiões. O primeiro passo do ano para garantir previamente essas alianças será o encontro que terá com os eleitos no próximo dia 28. “O Planalto vai dar resposta imediata a esses prefeitos, dando condição para eles começarem, e acredito que haverá um alinhamento automático com a Dilma”, diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). “O governo entra em 2013 aprovado pela população, então acho que os prefeitos vão querer uma boa parceria com a presidente.”

Os adversários também colocam seus times em campo a partir de amanhã. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) pretende consolidar sua hegemonia mineira e impedir que Marcio Lacerda (PSB), cuja candidatura apoiou, opte pelo governador Eduardo Campos (PSB), caso ele decida se candidatar. Em seu exército, também constam os tucanos Arthur Virgílio Neto, prefeito de Manaus, e Rui Palmeira, de Maceió. Pretende ainda atrair ACM Neto (DEM), eleito em Salvador. “Temos o nome do Aécio colocado, um nome forte. No nosso partido, ele tem muitos amigos, muitos admiradores, dentre os quais eu me incluo”, disse Netto.

O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, ainda jura que não será candidato ao comando do país em 2014, mas os aliados já contabilizam quem deve ser recrutado para defendê-lo em uma possível disputa. O entendimento dos correligionários é de que, além das cinco capitais e dos outros 438 municípios em que o partido elegeu prefeitos, Eduardo já tem adeptos garantidos em cidades gerenciadas por outras siglas nas 27 unidades da federação.

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