O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, chamou
de “palhaço” e mandou “chafurdar no lixo” o repórter do jornal O Estado
de S. Paulo. O ministro irritou-se ao ser abordado nesta terça-feira, na
saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os jornalistas esperavam ao final da sessão para ouvi-lo sobre as
críticas que recebeu das associações de classe da magistratura em nota
divulgada no final de semana. Antes que a primeira pergunta fosse feita,
Barbosa atacou.
O repórter apenas iniciou a pergunta: “Presidente, como o senhor está
vendo…”. Barbosa o interrompeu e não deixou que terminasse a pergunta:
“Não estou vendo nada”. O repórter tentou fazer nova pergunta, mas
novamente foi impedido. “Me deixa em paz, rapaz. Vá chafurdar no lixo
como você faz sempre”.
O jornalista tentou questionar a razão do comportamento do ministro.
“Que é isso ministro, o que houve?”. Ainda exaltado, Joaquim Barbosa
prosseguiu. “Estou pedindo, me deixe em paz. Já disse várias vezes ao
senhor”, disse. O repórter disse que apenas lhe fazia uma pergunta, o
que é parte de seu trabalho.
No mesmo tom, Barbosa afirmou que não responderia as perguntas. “Eu
não tenho nada a lhe dizer, não quero nem saber do que o senhor está
tratando”, afirmou.
O assessor de imprensa do ministro tentou tirá-lo do lugar, pedindo
para que o ministro seguisse em frente. E quando estava à porta do
elevador, na frente dos jornalistas, chamou o repórter de “palhaço”.
Desculpas
O STF emitiu uma nota oficial na qual pede desculpas, em nome do
presidente do STF, Joaquim Barbosa, aos profissionais de imprensa pelo
episódio ocorrido nesta terça. A nota diz ainda que "após uma longa
sessão do Conselho Nacional de Justiça, o presidente, tomado pelo
cansaço e por fortes dores, respondeu de forma ríspida à abordagem feita
por um repórter. Trata-se de episódio isolado que não condiz com o
histórico de relacionamento do Ministro com a imprensa".
Segundo a nota, o ministro reafirmou também "sua crença no importante
papel desempenhado pela imprensa em uma democracia. Seu apego à
liberdade de opinião está expresso em seu permanente diálogo com
profissionais dos mais diversos veículos".
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