segunda-feira, 22 de julho de 2013

Barbosa e a Globo


Por Eliakim Araújo

O povo não é bobo, mas também não é um procedimento democrático depredar as instalações da Globo, como aconteceu na última semana no Rio. Vamos protestar, sim, mas não dessa maneira.

Que tal se juntássemos forças para exigir uma nova lei de mídia, que tirasse das mãos de poucas famílias o controle das comunicações no Brasil?  Isso sim, seria proveitoso e a causa ganharia a simpatia de boa parte da população brasileira, que está assustada com as manifestações que terminam em vandalismo.

Boa medida também seria cobrar do governo uma explicação sobre a sonegação de 615 milhões de reais por parte da Rede Globo, relativos à compra dos direitos de transmissão de Copas do Mundo. Um negócio tão sério que resultou na condenação de Cristina Maris Meinick Ribeiro, uma funcionária da Receita que desapareceu com o processo da empresa acusada de atentar contra a ordem tributária.

A Receita está investigando se as Organizações Globo usaram dinheiro enviado a uma empresa no paraíso fiscal das Ilhas Virgens, a título de investimento, para pagar os direitos das Copas de 2002 e 2006, o que é uma maneira de burlar o fisco brasileiro. A Globo em nota oficial declara que não deve nenhum centavo à Receita Federal e não faz a mínima ideia de quem seja a funcionária punida.

Uma nota que nada esclarece. A emissora da família Marinho pode estar em dia com suas obrigações, pelo menos até que se apure se efetivamente ela usou uma empresa localizada em um paraíso fiscal para fazer pagamentos, sem recolher o devido imposto.

É tudo muito nebuloso, mas não é uma incrível coincidência o sumiço de um processo fiscal nesse valor e exatamente contra o maior grupo de comunicação do Brasil?

Por falar em golpes para burlar o fisco, que tal uma manifestação contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que adquiriu um apartamento em Miami, por um milhão de reais, de maneira duvidosa.

Vale deixar claro que adquirir um apartamento em Miami não é crime. O que parece extremamenete suspeito é que Barbosa tenha aberto uma empresa em Miami, a Assas JB Corp e tenha pago  com o dinheiro dela o imóvel.

No mínimo, Barbosa infringiu a lei de número 8.112/90, o chamado Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, que prescreve de forma clara, em seu artigo 117, inciso X, que "ao servidor é proibido (...) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada" . O documento mostra que Joaquim Barbosa Gomes, residente na SQS 312 Bloco K Apt 503, Brasília, é o presidente da Assas JB Corp.  Para pesquisar Clique aqui

Por outro lado, consta que um filho de Barbosa está trabalhando com o apresentador Luciano Hulk, da Globo, o que também não é nenhum crime, mas fica sempre uma suspeita sobre ligações nefastas entre o poder e a mídia.  Além do mais, daqui a pouco vão acusar o filho de Barbosa de ter amealhado uma fortuna tão grande que se tornou dono de fazendas e outras paticipações societárias milionárias, se é que me entendem.

Para quem sonha em ser candidato à presidência da república, os antecedentes, antes mesmo de ser eleito, não são nada recomendáveis.

Mas voltando ao tema central da coluna, manifestações inteligentes e sem vandalismo, vale destacar para o leitor do DR o vídeo de uma passeata que aconteceu esta semana em frente ao prédio de O Globo, na Rua Irineu Marinho.

Sem violência e com muito bom humor, um grupo de manifestantes “inaugurou” a Rua Leonel Brizola no lugar da Rua Irineu Marinho, onde fica a sede de O Globo (Veja o vídeo)

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