segunda-feira, 26 de maio de 2008

O Novo Acordo Ortográfico Lusófono





O Novo Acordo Ortográfico ou, oficialmente, denominado ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA, objetiva muito mais à padronização do que à simplificação do sistema ortográfico vigente. O referido acordo visa à uniformização de alguns pontos discordantes: emprego do hífen, algumas regras de acentuação e a queda de algumas consoantes mudas em palavras como projecto, facto, objectivo, actual etc. Evidente que este último ponto deve afetar diretamente a grafia lusitana.

Há de se perguntar por que a necessidade deste Acordo. Segundo Carlos Alberto Faraco (Professor Titular de Lingüística e Língua Portuguesa da Universidade Federal do Paraná e Membro da Comissão para a Definição da Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa do Ministério da Educação), a difusão internacional da língua é dificultada pela dupla ortografia (o sistema ortográfico Português, adotado pelos países africanos e pelo Timor Leste; e o sistema brasileiro), daí ser necessária esta padronização.

Ressalte-se que o Acordo não propõe a unificação da língua portuguesa falada nos países lusófonos, pois língua alguma, ainda de acordo com o Professor Faraco, é passível de alteração por meio de leis, decretos e acordos. O que deve ocorrer é, isto sim, a uniformização ortográfica, a maneira de se grafarem algumas palavras. A abolição do trema, por exemplo, não significa mudança nos aspectos fonéticos: a palavra tranqüilo (em conformidade com a nova grafia proposta, sem o trema) continuaria a ser pronunciada com a emissão fraca do “U” e não pôr o QU na condição de dígrafo, pronunciado como se o “U” não tivesse existência.


Imagem: http://movv.org/2007/12/09/do-acordo-ortografico/
http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/tag/lusofonia


2 comentários:

Permafrost disse...

Choca-me q os promovedores do acordo entendam tão pouco sobre a real utilidade das letras nas palavras, e descuidem tão soberbamente de todos os problemas causados pelas reformas ortográficas anteriores e dos q esta reforma proposta causará. Como se não bastasse q os falantes de português SEMPRE pensem mais na forma do q no conteúdo da língua, o acordo cria um terreno de areia movediça, infantiliza adultos, atrasa a complexificação das culturas lusitanas e instantaneamente gera 200 milhões de semi-analfabetos. Veja no linque o ataque do Dr Plausível.

Prof. DiAfonso disse...

Olá, amigo (Dr. Plausível)!

Não entendi muito bem a sua postagem. Mas por que falar em cultura lusitana quando, na verdade, temos, como liame, apenas a Língua? A cultura dos países afro-lusófonos continua a existir (ainda que miscigenada). A cultura do povo brasileiro continua a existir e de uma forma muito particular. Como a cultura lusitana continua a ter suas raízes preservadas.

Abraço!

ps. A respeito do Novo Acordo, postarei depois.

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