Ao voltar a defender a atuação de bancos públicos contra a crise financeira mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou na segunda-feira (20) a privatização, no passado, de bancos públicos “a troco de nada”.
Lula citou como exemplo a venda do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) vendido para grupo espanhol Santander, em 2000, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
“Na verdade, jogou-se em cima dos bancos a irresponsabilidade dos governantes que gerenciavam esses bancos, porque, muitas vezes, utilizavam esse banco para fazer, quem sabe, os caixas dois da vida em época campanha eleitoral. Por conta disso, os bancos públicos estavam quebrados”, disse o presidente em encontro com superintendentes e diretores do Banco do Brasil.
O presidente brincou ter pena de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, pelo fato de não poder contar com um banco estatal forte como o Banco do Brasil nesse momento de crise. “Fico com pena que o Obama não tem um banco como temos aqui o Banco do Brasil”, afirmou.
Incorporações pelo BB
O presidente Lula afirmou que a orientação é que o Banco do Brasil continue a comprar o máximo de carteiras de bancos menores para se tornar a maior instituição bancária do país.
O Banco do Brasil já incorporou os bancos dos estados do Piauí e de Santa Catarina (Besc). Em negociação, está a compra do Banco de Brasília (BRB).
“Se tiver outras coisas no mercado, que apareçam, porque estamos dispostos a transformar o Banco do Brasil não apenas no maior banco, mas no muito maior banco deste país”, disse Lula, durante encontro com superintendentes e dirigentes da instituição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Lula cobrou expansão da atuação do BB na América Latina, África e China, país com o qual o Brasil mantém fluxo comercial de US$ 40 bilhões. Atualmente, o BB tem apenas um escritório em território chinês. A expectativa é instalar uma agência em 2010.
O presidente sugeriu ainda que o Banco do Brasil se associe à Caixa Econômica Federal para a oferta de financiamento habitacional, pois acredita que o último não terá condições de arcar sozinho com esse tipo de operação. “A Caixa não dá conta da dimensão do que vai acontecer aqui nos próximos anos. Vamos ser sócios”, afirmou o presidente.
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