Paulo Renato (PSDB-SP), ex-ministro da Educação de FHC
e atual secretário da Educação de São Paulo
e atual secretário da Educação de São Paulo
Talvez esteja interpretando, equivocadamente, o comentário que o secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Costa Souza (PSDB-SP), fez ao Estadão sobre o aparato logístico montado pelo MEC e que, segundo o ex-ministro da era FHC, teria sido falho. A falha - de logística ou não - foi comprovada, a partir da denúncia de vazamento do conteúdo das provas, e trouxe prejuízos, sobretudo, psicológicos aos candidatos.
Entretanto, não consigo digerir um aspecto da fala do ex-ministro. Refiro-me à exemplificação para o argumento de que houve falhas logísticas no ENEM/2009: "Problemas de logística vinham acontecendo. Começaram a chegar casos de alunos de classe média de tal bairro que teriam de fazer a prova em favelas". Interessante, para não dizer assustador, a constatação do secretário do PSDB. É essa a proposta do tucanato para a Educação: manter a classe média estudantil longe das favelas? Quer dizer, então, que "alunos de classe média" são de uma assepsia tamanha que não "teriam de fazer a prova em favelas"? E os alunos originários de classes menos abastadas devem ser confinados em seus redutos, posto que, pelo raciocínio do ex-ministro da Educação, não deve haver trânsito espacial entre entes de realidade social e econômica diversa? Os que moram em favelas são seres acometidos de um mal que os segrega e com os quais não se deva ter contato? Os bancos escolares das instituições fincadas em favelas transferem para quem neles se sentem as mazelas e as dificuldades por que passam os que ali estudam? Foram perguntas que turvaram minha mente ao ler o que um ex-ministro da Educação deixou escapar nas entrelinhas.
Este é o projeto de Educação de José Serra (PSDB-SP) exposto pela boca do oráculo Paulo Renato, Secretário da Educação paulista: alunos de "classe média" não devem testar seus conhecimentos em ambientes "impróprios" (diga-se, favelas!), ainda que este o exame tenha caráter nacional como o ENEM.
Aos candidatos (de qualquer origem social e econômica) resta buscar oxigênio, aproveitar a extensão do prazo dado para a realização das novas provas e voltar ao preparo. A nós, professores, cabe retornar ao campo de batalha e trabalhar para garantir a nossos alunos, indistintamente, a concretização do tão sonhado ingresso no tão sonhado curso de nível superior. Ao MEC cumpre determinar a apuração rigorosa desse lamentável imbróglio. A Polícia Federal está aí para servir o povo brasileiro e não para agradar a A ou a B.
Leia o que foi dito pelo secretário da Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato, ao Estadão. (Aqui)
Entretanto, não consigo digerir um aspecto da fala do ex-ministro. Refiro-me à exemplificação para o argumento de que houve falhas logísticas no ENEM/2009: "Problemas de logística vinham acontecendo. Começaram a chegar casos de alunos de classe média de tal bairro que teriam de fazer a prova em favelas". Interessante, para não dizer assustador, a constatação do secretário do PSDB. É essa a proposta do tucanato para a Educação: manter a classe média estudantil longe das favelas? Quer dizer, então, que "alunos de classe média" são de uma assepsia tamanha que não "teriam de fazer a prova em favelas"? E os alunos originários de classes menos abastadas devem ser confinados em seus redutos, posto que, pelo raciocínio do ex-ministro da Educação, não deve haver trânsito espacial entre entes de realidade social e econômica diversa? Os que moram em favelas são seres acometidos de um mal que os segrega e com os quais não se deva ter contato? Os bancos escolares das instituições fincadas em favelas transferem para quem neles se sentem as mazelas e as dificuldades por que passam os que ali estudam? Foram perguntas que turvaram minha mente ao ler o que um ex-ministro da Educação deixou escapar nas entrelinhas.
Este é o projeto de Educação de José Serra (PSDB-SP) exposto pela boca do oráculo Paulo Renato, Secretário da Educação paulista: alunos de "classe média" não devem testar seus conhecimentos em ambientes "impróprios" (diga-se, favelas!), ainda que este o exame tenha caráter nacional como o ENEM.
Aos candidatos (de qualquer origem social e econômica) resta buscar oxigênio, aproveitar a extensão do prazo dado para a realização das novas provas e voltar ao preparo. A nós, professores, cabe retornar ao campo de batalha e trabalhar para garantir a nossos alunos, indistintamente, a concretização do tão sonhado ingresso no tão sonhado curso de nível superior. Ao MEC cumpre determinar a apuração rigorosa desse lamentável imbróglio. A Polícia Federal está aí para servir o povo brasileiro e não para agradar a A ou a B.
Leia o que foi dito pelo secretário da Educação do Estado de São Paulo, Paulo Renato, ao Estadão. (Aqui)
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