Por Adriano Oliveira – Cientista Político*
Serra, até o instante, cometeu dois erros. Talvez tenha cometido outro, mas não tenho certeza.
Serra, de modo legítimo, apresentou a sua opinião quanto ao Banco Central. Para Serra, o Banco Central não deve ser uma instituição acima de todos.
O presidente da República deve opinar sobre a condução da política do Banco Central. Esta opinião de Serra poderá provocar questionamentos e reposicionamentos.
Dilma informou que defende o desempenho do Banco Central. Com isto, ela poderá afirmar que Serra é contra a política econômica do presidente Lula.
Eleitores podem acreditar em tal assertiva e o candidato do PSDB poderá perder votos. É claro que trazer para o debate a autonomia do Banco Central não atrai.
No entanto, afirmar que Serra, ao questionar a independência do Banco Central, é contra a atual política econômica, atrai.
Discursos são construídos. E o eleitor acredita ou não neles. Serra, ao responder a indagação da Miriam Leitão, mostrou irritação, agressividade contra uma jornalista de renome nacional.
Em razão disto, a resposta de Serra e o seu comportamento foram repercutidos.
Por conseqüência, outro evento ocorreu: o debate econômico veio à tona, e Dilma adquiriu condições adequadas de afirmar que defende a política econômica atual.
O que o eleitor achou desta discussão, a qual foi gerada por falta de habilidade com uma jornalista?
Serra fez justas observações ao Mercosul. Contudo, não usou o termo correto em seu pronunciamento. “Farsa” é um termo agressivo.
Mas foi desta forma que a imprensa noticiou que Serra qualificou o Mercosul.
Com isto, Dilma poderá dizer que Serra é favorável a ALCA.
Lembro que Serra tenta se afastar da identidade privatista. Mas ser favorável a Alca, pode lhe trazer tal identidade.
“Lula está acima de tudo”. Estratégia correta? Pesquisas qualitativas decifrarão.
Mas vejam que: se “Lula está acima de tudo” devo segui-lo e votar em Dilma? Este é o porém.
Por outro lado, o eleitor pode entender que Serra reconhece os feitos de Lula, mas isto não significa que ele tenha que votar na candidata petista.
Nesta eleição, a qual será disputada, o candidato deve pensar várias vezes no que falar.
*Doutor Adriano Oliveira
Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)
Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)
Do Blog do Jamildo
Serra, até o instante, cometeu dois erros. Talvez tenha cometido outro, mas não tenho certeza.
Serra, de modo legítimo, apresentou a sua opinião quanto ao Banco Central. Para Serra, o Banco Central não deve ser uma instituição acima de todos.
O presidente da República deve opinar sobre a condução da política do Banco Central. Esta opinião de Serra poderá provocar questionamentos e reposicionamentos.
Dilma informou que defende o desempenho do Banco Central. Com isto, ela poderá afirmar que Serra é contra a política econômica do presidente Lula.
Eleitores podem acreditar em tal assertiva e o candidato do PSDB poderá perder votos. É claro que trazer para o debate a autonomia do Banco Central não atrai.
No entanto, afirmar que Serra, ao questionar a independência do Banco Central, é contra a atual política econômica, atrai.
Discursos são construídos. E o eleitor acredita ou não neles. Serra, ao responder a indagação da Miriam Leitão, mostrou irritação, agressividade contra uma jornalista de renome nacional.
Em razão disto, a resposta de Serra e o seu comportamento foram repercutidos.
Por conseqüência, outro evento ocorreu: o debate econômico veio à tona, e Dilma adquiriu condições adequadas de afirmar que defende a política econômica atual.
O que o eleitor achou desta discussão, a qual foi gerada por falta de habilidade com uma jornalista?
Serra fez justas observações ao Mercosul. Contudo, não usou o termo correto em seu pronunciamento. “Farsa” é um termo agressivo.
Mas foi desta forma que a imprensa noticiou que Serra qualificou o Mercosul.
Com isto, Dilma poderá dizer que Serra é favorável a ALCA.
Lembro que Serra tenta se afastar da identidade privatista. Mas ser favorável a Alca, pode lhe trazer tal identidade.
“Lula está acima de tudo”. Estratégia correta? Pesquisas qualitativas decifrarão.
Mas vejam que: se “Lula está acima de tudo” devo segui-lo e votar em Dilma? Este é o porém.
Por outro lado, o eleitor pode entender que Serra reconhece os feitos de Lula, mas isto não significa que ele tenha que votar na candidata petista.
Nesta eleição, a qual será disputada, o candidato deve pensar várias vezes no que falar.
*Doutor Adriano Oliveira
Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)
Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)
Do Blog do Jamildo
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