A cineasta brasileira Iara Lee volta, se possível ainda nesta quinta-feira (3) para Nova York, para “dizer a verdade” sobre a ação israelense que provocou a morte de ao menos nove pessoas na última segunda-feira (31).
- Eu vou voltar para a Nova York para mostrar um pouco a verdade para os americanos, que são muito pró Israel. A mídia brasileira foi muito melhor nisso, em dar uma versão mais ampla.
Iara estava a bordo da embarcação Mavi Marmara quando houve a abordagem das Forças Armadas de Israel. Ela acusou o país de sequestro.
- O que Israel fez com a gente foi sequestro, porque estávamos em águas internacionais, fomos capturados e levados para Israel. Eu nunca quis ir para Israel, queria ir para [a faixa de] Gaza. Ficamos inicialmente sem contato com ninguém e depois fomos levados para aquela prisão [perto de Be’er Sheva], isso é sequestro.
Ela disse também que os três aviões que levavam os cerca de 480 participantes da chamada “frota da paz” atrasaram por volta de 12 horas, pois o líder da organização turca IHH ainda estava sob custódia israelense. Iara disse que a Turquia aceitou a volta dos aviões apenas quando ele foi liberado.
Em relação ao número de mortos, contestado pelas ONGs que participaram da frota, ela disse que o processo ainda está em andamento.
- É, estimamos em 19 mortos, mas tudo ainda está sendo visto. Ainda tem gente no hospital e muito ferida, morrendo. E há sim a suspeita de que tenham jogado corpos no mar, mas não vi isso.
Novo navio se aproxima de águas israelenses
Após a ação altamente criticada das Forças Armadas Israelenses para conter a “frota da liberdade”, um outro navio, que participava do grupo, mas se atrasou continua rumo a Israel.
Os militares israelenses informaram que vão evitar um confronto com o Rachel Corrie.
Andy David, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel, disse que seu país "enviou mensagens por meio da Irlanda", país cuja bandeira é carregada pelo navio, para que seus integrantes "aceitem deixar a carga humanitária no porto de Ashdod", em Israel.
O jornal israelense Haaretz assinala que uma "solução diplomática" ao caso do Rachel Corrie é "iminente", ao contrário do que sucedeu com a maior parte da frota, que se envolveu no incidente de segunda-feira, em ataque que terminou com nove mortes.
Por outro lado, Audrey Bombse advogada do Gaza Livre, um dos movimentos que organiza a frota, desmentiu a existência de negociações com Israel e reafirmou o objetivo original da missão: tentar romper o bloqueio israelense à faixa.
- Não estamos negociando com Israel, nem negociamos com Israel em nenhum momento. Se Israel desejar, deixaremos entrar no navio inspetores da Cruz Vermelha ou da ONU (Organização das Nações Unidas). O que não vamos permitir é que a inspeção seja feita por israelenses, que poderiam colocar armas na embarcação.
Do Portal R7
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