sexta-feira, 2 de julho de 2010

DUNGA, GLOBO E A FISIONOMIA DES-DES

Se alguém vier me dizer que a Rede Globo não sentiu os episódios recentes dos #CALA BOCA GALVÃO/TADEU e o #DIASEMGLOBO no Twitter e a recusa de Dunga de manter os seus privilégios, eu vou dizer que está cego ou louco.
Não me venha com a lorota que Ibope subiu no dia do jogo do Brasil, aquele instituto deve muitas explicações pelas denúncias feitas pela Rede Record, referentes às distorções dos números desse acompanhamento de índices de audiência feitas pelo instituto para favorecer a Globo. Além disso, convenhamos que medir a audiência na classe média de São Paulo que tem um dos perfis mais conservadores do país, não é tão representativo diante de tantas diferenças que existem nos mais diferentes recantos desse país.
A Rede Globo sentiu o tranco e os indícios são muito claros, como na mudança de postura em relação ao trabalho do técnico da seleção brasileira. Eles devem ter recebido fortes pressões dos patrocinadores que provavelmente ficaram com o cabelo em pé com todas essas manifestações e repercussão no resto da mídia. Imaginem nessa época, com os patrocinadores querendo faturar em cima do interesse pela copa do mundo e seus produtos correm o risco de ficarem associados a uma torcida contra a seleção Brasileira. O telefone no Cosme Velho não deve ter parado de tocar.
Uma mudança de postura em relação ao técnico não significa trégua ou que eles lá sejam benevolentes. Apesar de se esforçarem para reduzir a contundência nas críticas, o tom irônico-debochado e a torcida contra velada que vê sobrevaloriza adversários - mas que no final repete como que mecanicamente que apesar da seleção estar fadada ao insucesso eles estão “torcendo muito”, como uma assinatura ou mini-editorial obrigatório da emissora que é apresentada a cada comentário – deixam cada vez mais claro que a rixa existe, mas não pode ser mais guerra declarada porque a emissora não quer a pecha de ser contra a seleção. Imagina se o Brasil ganha a copa, como eles ficam?
Um sinal bem claro para medir o quanto o Dunga machucou a Globo é só ver a cara da Christiane Pelajo no Jornal da Globo quando tem que pronunciar o nome do treinador. Quando a apresentadora de telejornal faz uma fisionomia de desprezo que no fundo significa despeito (des-des) para falar o nome do treinador é porque Dunga alçou novos estágios de ódio mortal dos responsáveis pelo telejornalismo da emissora. A fisionomia des-des não é para poucos, ela costuma mostrar essa fisionomia quando pronuncia os nomes de Lula e Dilma, e garantiu ao treinador o status automático de persona non grata para Ali Kamel.
Para quem ainda não entendeu o que é fisionomia des-des é só prestar a atenção na cara dos adversários mais rancorosos e reacionários do presidente quando pronunciam o seu nome, ou melhor, é só prestar a atenção na cara de algumas pessoas mais ricas ao se defrontarem com nordestinos e negros, se estes não forem músicos nem jogadores de futebol, na área de embarque do aeroporto. fisionomia des-des é o retrato de uma minoria que por muito tempo manteve seus luxos e excessos à custa da miséria e fome do povo brasileiro, e se debate ao perceber ser irreversível a grande e verdadeira revolução social que estamos vivendo, com a redução consistente e gradual das desigualdades e acesso à ampla cidadania transformando privilégios de poucos em direito de todos.

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