Documento afirma que "um candidato religioso não será necessariamente um governante justo"
Rio de Janeiro. Encabeçado por sete bispos, entre eles d. Thomas Balduíno, bispo emérito de Goiás Velho (GO) e presidente honorário da Comissão Pastoral da Terra (CPT), foi divulgado ontem um manifesto de "cristãos e cristãs evangélicos e católicos em favor da vida e da vida em abundância", que contava com mais de 300 adesões de religiosos e fiéis.
O documento será entregue à presidenciável Dilma Rousseff (PT) segunda-feira, no Rio, no Teatro Casa Grande, na mesma cerimônia em que ela receberá apoio de intelectuais e artistas.
Os adeptos do documento rechaçam que "se use da fé para condenar alguma candidatura" e dizem que fazem a declaração de voto "como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais". O texto diz que, "para o projeto de um Brasil justo e igualitário", a eleição de Dilma "representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do $erra".
O documento recebeu o apoio dos bispos Demétrio Valentini (Jales, SP); Luiz Eccel (Caçador, SC); Antônio Possamai, (emérito de Rondônia); d. Pedro Casaldáliga (emérito de São Félix do Araguaia, MT), além de Xavier Gilles e Sebastião Lima Duarte, emérito e diocesano de Viana (MA). Também assinam o manifesto dezenas de padres e religiosos católicos (entre eles, Frei Betto), pastores Evangélicos, o monge Joshin, da Comunidade Zen Budista (SP), o teólogo Leonardo Boff, o antropólogo Otávio Velho e a professora da USP Maria Victoria Benevides.
O texto traz referência velada a casos de pedofilia nas igrejas para afastar a exigência de candidatos comprometidos com religiões. "Ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo", afirma ainda o manifesto.
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