sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

“É um suceço atrai do oito” – Orlando Dias e cotovelos em chamas

Nosso pesquisador abacairolzístico K2 Boca de Cantor andou bastante farrapeiro esses dias novembrinos e dezembrísticos. Entre um gole e outro de rum Montila, celebra o embuchamento de sua senhora com irreverência e juventude. Façanha pela qual merece inclusive os parabéns deste entusiasmado bodegueiro.

Resgatado num pega-bêbo recifense, K2 lembrava de sua infância e do radinho de pilha que embalava a lavação loucística de sua empregada Gracinha. “Ela ficava buscando palpites para o jogo do bicho até na espuma de detergente”, lembra com nostalgia.

No radinho, sempre ligado na AM, uma canção era recorrente. “Tenho ciúme de tudo” foi uma das marcas registradas do cantor recifense Orlando Dias. “Não sei porque cargas d’água sua mãe o batizou originalmente de José Adauto Michiles em 1923. Orlando sempre foi um nome que lhe caiu muito bem”, tergiversa o musicólogo bodeguista.

Imitador assumido de Orlando Silva no início da carreira, Dias foi um dos grandes performáticos da música popular brasileira. Para chorar a perda da mulher amada descabelava-se e até ajoelhava-se no palco. Supla ficaria de cabelos em pé. Não era de gaia, porém, que o poeta chorava, mas de uma viuvez que o entristeceu até o ano de 2001, quando um enfarto o levou embora.


Do Bodega

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