terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Leia na íntegra o discurso de Lula em Suape nesta tarde

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de lançamento da pedra fundamental da fábrica da Fiat - Área industrial do Complexo de Suape – Ipojuca-PE, 28 de dezembro de 2010

Meu querido companheiro Eduardo Campos, governador do estado de Pernambuco, e nossa querida companheira Renata Campos,

Companheiros ministros Sergio Rezende, da Ciência e Tecnologia, e João Reis Santana, da Integração Nacional,

Meu caro companheiro Gherardo La Francesca, embaixador da Itália no Brasil,

Meu caro vice-governador João Soares Lyra,

Nosso querido companheiro Sergio Marchionne, presidente mundial da Fiat,

Meu caro companheiro Belini, presidente da Fiat para a América Latina,

Nossos queridos companheiros – dois senadores eleitos: o companheiro Humberto Costa e Armando Monteiro Neto,
    
Companheiros deputados federais presentes, Ana Arraes, Fernando Ferro, Fernando Coelho, Gonzaga Patriota e José Chaves. E os que vão tomar posse dia 1º, também, considerem que eu li o nome aqui, é que não está na nominata.
    
Meu caro Luciano Coutinho, presidente do BNDES,

Nossa querida Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal,

Meu querido companheiro Fernando Bezerra Coelho, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e futuro ministro da Integração,
    
Nosso querido companheiro Robson Andrade, companheiro presidente da Confederação Nacional das Indústrias,
    
E meu caro companheiro Pedro Serafim de Souza Filho, prefeito de Ipojuca,
    
Companheiro Alberto Alves dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco,
    
Companheiros da imprensa, companheiras também,
    
Queridos meninos e meninas que representaram, aqui, a banda do Coque e o Coral do Programa Árvore da Vida, de Betim,
    
Meus amigos e minhas amigas,

Alguém poderia estar, neste momento, se perguntando por que o presidente Lula continua viajando o Brasil como se ele não tivesse que entregar o cargo no próximo sábado à presidenta Dilma Rousseff. Porque era um hábito da política brasileira, e a imprensa já estava acostumada a que as pessoas não trabalhassem no último ano, ou nos dois últimos anos, ou alguns que não trabalhavam mais à tarde, ou os que não trabalhavam mais amanhã. Pessoas que no mês de dezembro não apareciam, porque era festa, então, “para que trabalhar? Está todo mundo descansando. E o que esse Lula está se metendo a trabalhar até o dia 31?”
   
Primeiro, porque nem todos os presidentes da República tiveram o gostoso prazer de inaugurar a quantidade de obras que eu tenho para inaugurar, nem todos. E nós estamos, neste momento, colhendo um pouco daquilo que plantamos em momentos difíceis.
   
Eu não me lembrava mais do meu pronunciamento em Davos, no dia 25 de janeiro de 2003, quando eu tinha apenas 25 dias na Presidência e que tinha saído do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, e me dirigido ao Fórum Econômico de Davos. Era a primeira vez na história que um presidente se dava ao luxo de poder frequentar, de cabeça erguida, o fórum de protesto e o fórum de proposta, o fórum econômico e o fórum dos trabalhadores, um fórum que contestava e um outro que imaginava que também, naquela ocasião, sabia tudo sobre o mundo e que desapareceu um pouco, com a crise americana de 2008.
   
Pois bem, eu também tinha clareza de que a minha chegada à Presidência da República tinha que mudar o patamar de governança neste país. Ou seja, nenhum presidente da República teve que provar qualquer coisa neste país, e eu sabia que eu tinha que provar, a cada dia, como eu sabia que eu tinha que respirar, de que alguém saído do meio do povo mais humilde deste país teria condições de governar igual ou melhor do que todos os doutores que passaram pela Presidência da República deste país, eu precisava provar. Eu não podia apenas falar, eu tinha que provar a cada dia que era possível, porque eu não queria provar a mim mesmo, eu queria provar aos trabalhadores e às pessoas mais humildes deste país, que tinham me derrotado em [19]89, que tinham me derrotado em [19]94 e que tinham me derrotado em [19]98 por desconfiança de mim e por desconfiança neles próprios, porque muita gente olhava em mim e dizia: “Como é que eu posso votar em um cara igual a mim? Como é que eu posso votar em um cara que só tem quatro anos de escolaridade? Como é que eu posso votar em um cara que só vai para a porta de fábrica falar em greve? Como é que eu posso falar [votar] numa pessoa tão despreparada como eu?”. Eu tinha que provar, mais do que provar a mim mesmo, eu tinha que provar a cada um de vocês que não existe escolaridade apenas, não existe o berço onde a gente nasceu, existe determinação. E cada um de nós pode chegar à Presidência da República, ao governo do estado, à prefeitura da cidade e fazer as coisas acontecerem.
   
Eu, quando vim, Eduardo, ao Estaleiro Atlântico Sul e vi uma mulher, cortadora de cana, prestar o depoimento que ela prestou... Porque nós somos induzidos desde pequenos, quando a gente vem lá de baixo, que a gente é inferior, nós somos induzidos. Nós somos induzidos pelos livros, nós somos induzidos pelos meios de comunicação, nós somos induzidos pela atividade cultural que nós somos os da senzala e que quem manda são os da casa grande. E nós queremos provar que os da senzala podem tanto quanto aqueles que moram na casa grande.
   
Foi essa necessidade de provar que me fez, meu caro presidente mundial da Fiat, trabalhar mais do que de hábito se trabalhava neste país; acreditar mais do que se acreditava neste país; depositar a confiança no povo mais do que se depositava neste país; acreditar na parceria mais do que se acreditava neste país; acreditar no trabalho entre os entes federados mais do que já se tinha acreditado neste país.
 
E hoje é com muito orgulho que eu estou aqui lançando a pedra fundamental de uma empresa importante como a Fiat, que resolveu vir para o Nordeste não porque o Lula é pernambucano ou porque o Eduardo Campos tem os olhos azuis, não é por isso. Ela veio para cá porque, inteligente do jeito que é, a direção da Fiat tem estudos sobre o desenvolvimento do Nordeste brasileiro. E ela sabe que esta região aqui, que aparecia nos gráficos do IBGE como a região que tinha apenas mais analfabetos, mais desnutrição, mais mortalidade infantil e mais desgraça, esta região agora aparece... já temos quatro vezes mais doutores do que a gente tinha oito anos atrás, doutores formados. Já temos indústria naval, já temos indústria petroquímica, já temos muitas escolas técnicas e já temos muitas escolas profissionais formando cada homem e cada mulher, para que as pessoas entendam que um matuto que corta cana não produziu um carro porque ainda não deram chance a ele de produzir um carro. Mas vocês vão ouvir, daqui a dois anos, o presidente da Fiat vir aqui e dizer que não tem lugar nenhum do mundo que tenha trabalhador mais qualificado, mais preparado e mais produtivo do que os trabalhadores de Pernambuco e os trabalhadores do Nordeste brasileiro.
   
Meus queridos companheiros, o que nós fizemos foi apenas um sinal para que a companheira Dilma continue esse processo. Nós não queremos tirar nada de nenhuma região do país. Nós não queremos tirar nenhum emprego da Fiat de Minas Gerais. Nós não queremos tirar um emprego da indústria automobilística de São Paulo. Nós não queremos tirar um emprego da indústria automobilística do Paraná ou do Rio Grande do Sul. Nós apenas queremos que o Norte e que o Nordeste tenham a mesma oportunidade que eles já tiveram e terem a mesma coisa.
   
Tem um tipo de gente no Brasil que é tão preconceituoso que ele é capaz de frequentar o mesmo salão a vida inteira; se um dia ele vir uma pessoa que ele conheceu pobre frequentando o seu salão, ele é capaz de mudar, quando ele deveria dar graças a Deus de ter um companheiro a mais no seu salão, dançando com ele qualquer que seja a música que esteja tocando. Não era possível o Brasil continuar dividido entre o país miserável exportador de desempregados para o restante do Brasil e o Brasil que recebia quase tudo.

Hoje eu vi uma matéria em um grande jornal de São Paulo, que me encheu de orgulho. Eu não sei se queria fazer crítica ou queria apenas constatar, mas a matéria, Eduardo, é que nós levamos publicidade para mais de 8 mil veículos de comunicação, quando antigamente se contentavam em distribuir entre meia dúzia que se autointitulava a imprensa nacional. E o jornalzinho de Taboão, de Jaboatão, o jornalzinho de Garanhuns, o jornalzinho de Campina Grande, o jornalzinho de Recife, o jornalzinho do Cabo não valiam nada, o de Suape não valia nada. Quando nós, então, resolvemos socializar o dinheiro do governo, levando condições para que a rádio menor do interior pudesse receber dez centavos daquilo que as rádios nacionais recebiam tudo antes de eu chegar no governo. E ainda dizem – ou disseram – que nós seríamos uma ameaça à liberdade de imprensa. Eu duvido que tenha alguém neste país que tratou com mais liberdade os meios de comunicação do que eu tratei. Eu duvido que tenha um jornal, uma televisão ou uma revista que um dia diga que eu telefonei para me queixar de uma matéria.

As pessoas não percebem que, embora eu não tendo o diploma universitário, embora eu não falando Inglês e Francês – e vocês perceberam que nem Italiano eu falo – embora eu não falasse, eu tenho consciência de que quem vai julgar as matérias que vocês escrevem não sou eu, é o leitor, é o telespectador, é o ouvinte que está prestando atenção naquilo que vocês estão dizendo ou escrevendo. Se disserem a verdade, as pessoas levarão em conta; se puxarem muito o saco do governo, vão ser chamados de chapa branca; mas se falarem sempre contra, também o povo saberá que vocês não querem que este governo faça as coisas que têm que ser feitas. A minha tranquilidade é apenas uma: é acreditar na inteligência de quem lê, na inteligência de quem ouve e na inteligência de quem vê na televisão as matérias. E aí, eu estou simplesmente tranquilo.
   
Pois bem, nós chegamos hoje, Eduardo, e eu vou dar os números aqui. O PAC prevê investimentos, na Bahia, de R$ 41 bilhões; em Pernambuco, R$ 34 bilhões; no Ceará, R$ 22 bilhões; em Sergipe, R$ 9 bilhões; em Alagoas, quase R$ 10 bilhões; no Rio Grande do Norte, R$ 12,8 bilhões; no Maranhão, fora a refinaria, R$ 13 bilhões; na Paraíba, R$ 9 bilhões; no Piauí, R$ 7 bilhões. Isso, sem contar a Transnordestina, sem contar o Canal do São Francisco, sem contar a refinaria de Pernambuco, sem contar a refinaria do Maranhão, sem contar a refinaria do Ceará. Ou seja, são investimentos que nós vamos colher ao próximo tempo, fora o PAC 2, que já foi anunciado e que a companheira Dilma vai administrar.

Estamos fazendo isso pelo Nordeste porque achamos que é preciso elevar o Nordeste ao mesmo patamar dos outros países [estados] do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste, para que este país seja mais igual, seja mais justo com os seus filhos e que todos tenham oportunidade.
 
A Fiat agiu corretamente quando resolveu se instalar no Nordeste brasileiro. E se depender de mim, Eduardo, sendo presidente ou não, outras empresas irão se instalar em outros estados brasileiros [nordestinos], porque o Nordeste precisa de mais indústria. Precisa de mais indústria naval, de indústria siderúrgica, de indústria petroquímica, de indústria têxtil. O Nordeste precisa de mais empregos porque nós temos que recuperar as décadas perdidas a que nós fomos legados à miséria.
   
Eu não esqueço a razão pela qual eu saí da minha Caetés no dia 13 de dezembro de 1952. A causa chamava-se “fome”. E nós não queremos que isso aconteça mais com o Nordeste. Nós queremos que nordestino vá para São Paulo a turismo, paulista venha para cá a turismo, paulista [nordestino] vá conhecer o desenvolvimento de São Paulo, paulista venha conhecer o que é a costa de Pernambuco, a costa do Ceará, a costa da Paraíba, mas que a pessoa não seja obrigada a correr, a troco de um prato de comida, como nós corremos em mais da metade do século XX neste país.
   
Meus queridos companheiros e companheiras da Fiat, eu queria que vocês levassem em conta que, se tem um ser humano confiante neste país, e se vocês confiam na minha confiança, é que a companheira Dilma vai fazer um extraordinário governo, que ela vai apenas dar sequência ao que ela própria já ajudou a criar. É que ela vai fazer mais, ela vai fazer mais. O carro já está andando a 120 por hora, ela pode aumentar para 130, ela pode reduzir para 119, se ela estiver em uma curva. A única coisa que não pode é deixar o nosso carro sair da pista e nem o trem sair dos trilhos.
 
Quando a gente olha o mundo, hoje, eu poderia dizer para vocês, sem medo de errar: o Brasil será a quinta economia do mundo até as Olimpíadas. Eu falo para vocês, sem medo de errar: hoje, se a gente olhar o mundo, a gente vai ver que de todas as hidrelétricas construídas, no mundo, as três maiores estão no Brasil. Não tem nenhum país construindo a quantidade de quilômetros de ferrovias que o Brasil está construindo. Não tem nenhum país fazendo cinco refinarias, como nós estamos fazendo hoje. E o Eduardo Campos se lembra de que, quatro anos atrás, se dizia que não precisa de mais nenhuma neste país. Se vocês olharem, não tem nenhuma empresa de petróleo do mundo fazendo a quantidade de investimento em petróleo que a nossa Petrobras está fazendo no pré-sal.
   
A coisa é tão irônica para os meus adversários, que não foi o dono da Fiat que fez a maior capitalização do mundo, não foi o Bill Gates que fez a maior capitalização do mundo, não foi o dono da General Motors que fez a maior política de capitalização do mundo. Foi exatamente, meus companheiros da Fiat, um torneiro mecânico de São Bernardo do Campo, sem diploma universitário que, junto com o governo, fez a maior capitalização da história do capitalismo, da história da humanidade. E levamos a Petrobras, de uma merreca de 15 bilhões de valor de patrimônio, para US$ 215 bilhões do valor de patrimônio, sendo a segunda empresa do mundo na área de petróleo.
   
Vocês podem ter certeza de que eu conheço a equipe econômica da presidenta Dilma, eu conheço a presidenta Dilma. Eu estou falando em chegar a quinta economia do mundo em 2016, mas se depender da vontade de trabalhar que eles estão, nós poderemos chegar antes.
 
O que é importante é que nós descobrimos uma coisa fantástica: nós tínhamos mais de dois terços da população brasileira que não tinham condições de ter um carro. Na hora em que você começa a melhorar a massa salarial, na hora em que as empresas começam a aumentar o número de prestações, na hora em que começa a aumentar o crédito para as pessoas, a gente percebe que o capitalismo começa a funcionar. E aqui, Eduardo, as pessoas diziam, você perguntava até para o Armando Monteiro, quando era o presidente da CNI: Ô Armando, o Brasil é um país socialista ou capitalista? Ele falava: “É um país de economia capitalista, você não sabe não?” Agora, era um país de economia capitalista, Armando, que tinha 190 milhões de habitantes e apenas R$ 380 bilhões disponibilizados para crédito. Aí, entra um cara que passou a vida inteira dizendo que era socialista, e o nosso crédito sai de 380 bilhões para R$ 1,7 trilhão de crédito disponibilizado neste país hoje.
   
A nossa querida Maria Fernanda, presidenta da Caixa Econômica Federal, se ela pegar a história dos últimos dez presidentes da Caixa Econômica Federal, eles não tiveram, a vida inteira, a quantidade de dinheiro que ela tem neste ano, que ela fez investimentos neste ano. Quando bilhões foram? 70 bilhões. Em 2003, quando nós chegamos, tinha sido apenas 5 bilhões. Agora, já foram 70 [bilhões], Eduardo. O BNDES quanto tinha, Luciano? Trinta bilhões em 2003. E neste ano? Neste ano, 174 [bilhões] contra 30 [bilhões]. Então, aquilo que disse o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, que a categoria tinha 60 mil e caiu para 11 mil em [19]89, e está se recuperando, para chegar a 60 [mil], já está com 40 [mil]...; a indústria naval só tinha 1.600 trabalhadores e está com 50 mil hoje; a indústria da construção civil passou 15 anos caindo, somente nos últimos dois anos é que começou a se levantar. Pois bem, o Brasil se descobriu para si, ou seja, nós aprendemos a gostar mais do Brasil, a gostar mais da bandeira nacional, nós percebemos que o Brasil gosta mais de nós e nós gostamos mais dele, nós percebemos que o estado de Pernambuco está ficando melhor e nós estamos ficando melhores, nós estamos percebendo que as coisas estão andando e que a autoestima nossa está em um nível que nunca esteve neste país. A autoestima é uma coisa importante.

Então, eu não poderia deixar, meu querido companheiro Eduardo, não poderia deixar de vir a Pernambuco, faltando dois dias, não poderia deixar. Daqui eu vou para o Ceará, vou lá também para fazer pirraça, vou lançar a pedra fundamental de uma refinaria de 300 mil barris/dia; e depois eu vou à Bahia, mas não posso dizer o que vamos anunciar na Bahia. Mas eu vou... Aí, quando chegar o dia 31, eu telefono para a nova presidenta, marco um cafezinho com ela, vou lá, eu e Marisa, tomamos um cafezinho, me despeço, e vou descansar para entregar a faixa para ela no dia 1º, às quatro horas da tarde.
   
Mas eu não poderia ir embora sem dizer ao povo de Pernambuco: obrigado por vocês terem reeleito o Eduardo Campos governador do estado, com a votação que ele teve. O Nordeste brasileiro tem hoje a melhor safra de governadores, desde que eu me conheço por político. A safra de governadores do Nordeste é a melhor das últimas décadas. Gente jovem, e dentre esses jovens, nós temos que enaltecer este companheiro, o companheiro Eduardo Campos. Ele, primeiro, foi leal comigo, como somente um filho pode ser leal. Segundo, montou uma equipe muito capaz para elaborar os projetos de interesse de Pernambuco. Terceiro, é um companheiro que não rejeita tarefas. Dê a tarefa, que ele faz e faz muito bem. Ainda conseguiu – além de se eleger com 80% de votos – conseguiu levar junto o Armando Monteiro e Humberto Costa, junto, para o Senado. Conseguiu eleger quase todos os deputados federais aqui do estado.

Agora, não é pensar que o jogo está ganho. O segundo mandato é mais difícil e, portanto, a expectativa é maior. Portanto, meu querido Eduardo, o projeto tem que estar pronto logo, porque são quatro anos e passa rápido “para desgraça”. Demora muito para a oposição, mas para quem está no governo é um tiro. Então, Eduardo, prepare o projeto e trabalhe, porque eu acho que o Nordeste, se acontecer com o Nordeste mais dez anos do que está acontecendo agora, nós poderemos aqui nos encontrar e dizer que, finalmente, o Nordeste brasileiro vai deixar de ser visto como a parte pobre deste imenso país chamado Brasil.
 
Eu quero te agradecer, Eduardo. Agradecer a você, agradecer aos companheiros deputados. Agradecer ao Armando Monteiro que, como presidente da CNI, foi sempre um grande parceiro do governo e meu, pessoal, que conseguiu reeleger o Robson, aquela figura simpática, lá, mineiro, da maior qualidade.

Quero agradecer aos trabalhadores. E dizer para vocês que valeu a pena, valeu a pena a gente poder ser testado. Em 1979, tem uma frase muito famosa, minha, que quando a gente estava em uma situação difícil, no estádio da Vila Euclides, eu disse que ‘nunca mais ninguém ousasse duvidar da capacidade dos trabalhadores brasileiros’. Portanto, eu saio da Presidência, e o legado mais importante que eu quero deixar é que vocês podem chegar lá. Se eu cheguei, é só vocês teimarem, brigarem e perseverarem, que vocês podem mudar a história deste país, e mudar definitivamente.
 
Muito obrigado, de coração, a cada mulher, a cada homem, a cada companheiro deputado estadual e, sobretudo, a você, Eduardo Campos, pelo carinho e pela dedicação com que nós trabalhamos até aqui.
 
Um abraço.

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