quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Senador e a Jornalista - Parte IX

Santa contornou o Parque da Cidade a pé e seguiu em direção à W3 Sul. Queria encontrar a pequena igreja que tinha visto por ali. Se não estivesse enganada era na quadra 103. Atormentada, lembrou-se da devoção e religiosidade da avó. Foi quando as lágrimas começaram a descer. Entrou e foi direto ao confessionário. Em poucos minutos ouviu alguém cerrar a porta e desatou a falar. Contou da infância, das angústias, da falta do pai e da mãe. Falou da tia e da avó. Desabafou sobre a vida no Rio e tudo o que de errado fez. Não se sentia culpada, mas carregava um peso, algo do qual precisava se livrar, antes de ser mãe. O padre ouvia com atenção. Santa descreveu também como foi a chegada em Brasília e o romance com o Senador. Descreveu ainda o trabalho e ressaltou o carinho que cultivava pelo colega que estava agora num leito de UTI. Foi quando o padre, com forte sotaque italiano, disse:

- Posso ajudar você a dar um tempo daqui. Tenho algumas economias e posso levá-la para um lugar tranquilo, para que tenha seu bebê.

Achou aquela oferta curiosa e resolveu que ia pensar. Agradeceu, fez o sinal da cruz e saiu. Apanhou o primeiro táxi e seguiu para o hotel. Chegando lá recebeu a notícia de que dois homens haviam procurado por ela. Eram enviados do Senador, concluiu. Sobressaltada pensou que de protegida pudesse estar sendo perseguida.

- Eles disseram se iriam voltar?

- Sim, dentro de uma hora.

Santa tinha que correr. Subiu, pegou a mochila, colocou o que coube dentro e saiu apressada. Quando chegou de volta à igreja o padre não estava. Ficou desesperada, sem saber para onde ir. Foi quando uma mão grande veio por trás e colocou um lenço tapando sua boca e o nariz.

(continua) 
Sanguessugado do DoLaDoDeLa 

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