É evidente a falta de rumo da imprensa partidária no país. A vitória de Dilma nas últimas eleições presidenciais não estava no plano deles, que tinham apostado todas as suas fichas no candidato visto por eles como pule de dez*, tendo traçado planos para tentar desconstruir Lula a partir da comparação com os primeiros atos do novo presidente.
O pule de dez virou cavalo paraguaio** e a candidata de Lula, como se sabe, venceu as eleições. Sem ter opções para modificar o que tinha sido planejado, eles embarcaram em uma arriscada aventura de tentar desconstruir Lula através das ações de Dilma.
A intenção era de desmistificar Lula a partir de elogios a mudanças de posturas do governo, mas como essas mudanças não aconteceram, exceto pela diferença de estilo pessoal de Dilma na presidência, passaram a fazer o que sabem de melhor para alimentar suas teorias furadas: as especulações.
Não existe até agora nenhuma ruptura de fato do governo Dilma com o governo Lula, nem no MinC, nem no Itamaraty, nem na área econômica que possa ser reconhecida como fato. O que existe de material são posicionamentos do novo governo que precisa agir em determinadas áreas específicas para atender demandas da conjuntura atual.
É normal no começo de todo governo que a imprensa teste sua capacidade de pautar os governantes, que grupos de fundamentalistas e insatisfeitos pela perda de influência tentem seqüestrar o governo, que surjam especulações para ocupar o espaço da falta de notícias. O que parece ser o objetivo principal, e não está dando resultado, é a tentativa de desgastar a imagem do presidente junto à verdadeira opinião pública, que é o povo que vota e responde a pesquisas de opinião, não me refiro a “opinião pública” citada freqüentemente por jornalistas como Leonardo Attuch da Isto É, que se resume à opinião de donos de empresas de comunicação e jornalistas amestrados.
Além de não irritar Lula nem provocar desgaste para ele ou em sua relação cordial com Dilma, a imprensa corre o risco real de ajudar, mesmo não tendo essa intenção, a aumentar a popularidade de Dilma, sobretudo entre aqueles que votaram no PSDB e foram influenciados negativamente pelo clima de cruzada religiosa que os serristas deram às eleições, e que ainda estão sob a influência direta dos quase extintos formadores de opinião de velha mídia.
Como Dilma não tem o carisma de Lula, acharam que poderiam desconstruí-lo agora e mais para frente tratar de fazer o mesmo com ela, mas até agora só conseguiram melhorar a imagem da presidenta junto à classe média e manter o ex-presidente em evidência.
O que estamos presenciando só serve para identificar quem são os falsos aliados que produzem fogo amigo e dossiês aloprados que, além de não ajudar em nada, produzem fraturas incalcificáveis e para mostrar que a imprensa continua agindo como partido político, abdicando da prerrogativa de informar para colocar em prática estratégias de médio e longo prazo para reconduzir ao poder os partidos aliados. Os métodos usados por ambos os grupos em muito os identificam: especulações, interpretações, offs furados, etc...
Até agora, todos os tiros saíram pela culatra, além da inevitável constatação que se pelam de medo da possibilidade de Lula voltar a se candidatar e frustar mais uma vez as chances do PSDB voltar a governar o país.
*Pule de dez - Termo usado no turfe para definir o cavalo que por ser considerado superior aos demais é favorito absoluto para vencer o páreo.
**Cavalo paraguaio - Termo usado no turfe para definir o cavalo que sai em disparada na frente dos demais no início do páreo, mas que no decorrer da corrida perde força e nunca termina em primeiro.
Um comentário:
Cumpadi LEN,
Excelente postagem. Tenho visto tiros e mais tiros das armas do PIG saírem pela culatra. Aguardo a vez em que eles possam engolir as balas! rsrs
Grande abraço!
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