Denise Rothenburg e Ivan Iunes
´Quero você na Vice-Presidência do Banco do Brasil`, disse o presidente Lula ao deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), que saiu do encontro todo contente, disposto a aceitar o cargo. Dias depois, Magela receberia um telefonema do então coordenador-geral da transição, Antônio Palocci [foto], convidando-o para uma conversa. ´Sei que o presidente convidou você para vice do Banco do Brasil, mas falei com ele e precisamos de alguém talentoso para fazer acontecer o Banco do Povo. Seu nome é o ideal`. Foi assim que Palocci, numa única conversa, deslocou Magela de uma das vice-presidências do BB, onde queria ver pessoas mais afeitas ao mercado, para o chamado Banco do Povo.
O episódio, durante a formação do segundo escalão do governo Lula, é apontado por vários integrantes do PT como revelador da forma de atuar do futuro ministro da Casa Civil. Palocci não bate de frente nem briga por pequenas coisas. Libriano de 4 de outubro - completou 50 anos este ano - é tido por seus companheiros de partido como detentor de um estilo conciliador, capaz de levar o interlocutor a fazer o que ele deseja sem deixar transparecer que saiu ganhando no episódio. Quem melhor o definiu essa semana foi o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), que, numa conversa com amigos, declarou: ´Palocci é política pura`.
Devanir resumiu numa frase a área em que Palocci se sente melhor atuando. Tanto é que, inicialmente, queria ficar na secretaria-geral da Presidência, deixando todas as atribuições administrativas palacianas a cargo da Casa Civil. Assim, estaria dedicado à macropolítica estratégica do governo, como gostaria. Ocorre que Dilma não abriu mão de tê-lo na Casa Civil. Durante a composição do ministério, a presidente eleita não dispensou a presença de Palocci no cargo que ela própria ocupou.
Palocci é considerado um político de poucas palavras e de ação direta. Talvez por isso, tenha sido o único colaborador de Dilma presente em todas as conversas com os partidos aliados e tendências petistas. Era ele quem, geralmente, introduzia os assuntos: ´Bem, a presidenta os chamou aqui porque deseja saber se o senador Alfredo Nascimento é o nome que o PR escolheu para ocupar o Ministério dos Transportes`, perguntou ele à cúpula partidária, líderes, deputados e senadores chamados a chancelar a nomeação. Diante da concordância geral, passava a palavra para Dilma.
O ministro da Casa Civil teve duras divergências com Jose Dirceu quando era ministro da Fazenda. Discordavam da política econômica. Em suas divergências com Dirceu, Palocci nunca partiu para o confronto direto - ao menos à luz do dia. Por temperamento e pela personalidade forte, porém reservada, raramente deixa o interlocutor saber de cara o que ele está pensando. Sempre quando fala é porque já decidiu. Depois de se envolver no caso da quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa, fechou-se ainda mais em copas, a ponto de raramente falar com a imprensa. Não fosse o episódio, que ocorreu quando era o homem forte do governo e ministro da Fazenda, possivelmente seria ele e não Dilma o candidato ungido por Lula para sucedê-lo.
´Quero você na Vice-Presidência do Banco do Brasil`, disse o presidente Lula ao deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), que saiu do encontro todo contente, disposto a aceitar o cargo. Dias depois, Magela receberia um telefonema do então coordenador-geral da transição, Antônio Palocci [foto], convidando-o para uma conversa. ´Sei que o presidente convidou você para vice do Banco do Brasil, mas falei com ele e precisamos de alguém talentoso para fazer acontecer o Banco do Povo. Seu nome é o ideal`. Foi assim que Palocci, numa única conversa, deslocou Magela de uma das vice-presidências do BB, onde queria ver pessoas mais afeitas ao mercado, para o chamado Banco do Povo.
O episódio, durante a formação do segundo escalão do governo Lula, é apontado por vários integrantes do PT como revelador da forma de atuar do futuro ministro da Casa Civil. Palocci não bate de frente nem briga por pequenas coisas. Libriano de 4 de outubro - completou 50 anos este ano - é tido por seus companheiros de partido como detentor de um estilo conciliador, capaz de levar o interlocutor a fazer o que ele deseja sem deixar transparecer que saiu ganhando no episódio. Quem melhor o definiu essa semana foi o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), que, numa conversa com amigos, declarou: ´Palocci é política pura`.
Devanir resumiu numa frase a área em que Palocci se sente melhor atuando. Tanto é que, inicialmente, queria ficar na secretaria-geral da Presidência, deixando todas as atribuições administrativas palacianas a cargo da Casa Civil. Assim, estaria dedicado à macropolítica estratégica do governo, como gostaria. Ocorre que Dilma não abriu mão de tê-lo na Casa Civil. Durante a composição do ministério, a presidente eleita não dispensou a presença de Palocci no cargo que ela própria ocupou.
Palocci é considerado um político de poucas palavras e de ação direta. Talvez por isso, tenha sido o único colaborador de Dilma presente em todas as conversas com os partidos aliados e tendências petistas. Era ele quem, geralmente, introduzia os assuntos: ´Bem, a presidenta os chamou aqui porque deseja saber se o senador Alfredo Nascimento é o nome que o PR escolheu para ocupar o Ministério dos Transportes`, perguntou ele à cúpula partidária, líderes, deputados e senadores chamados a chancelar a nomeação. Diante da concordância geral, passava a palavra para Dilma.
O ministro da Casa Civil teve duras divergências com Jose Dirceu quando era ministro da Fazenda. Discordavam da política econômica. Em suas divergências com Dirceu, Palocci nunca partiu para o confronto direto - ao menos à luz do dia. Por temperamento e pela personalidade forte, porém reservada, raramente deixa o interlocutor saber de cara o que ele está pensando. Sempre quando fala é porque já decidiu. Depois de se envolver no caso da quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa, fechou-se ainda mais em copas, a ponto de raramente falar com a imprensa. Não fosse o episódio, que ocorreu quando era o homem forte do governo e ministro da Fazenda, possivelmente seria ele e não Dilma o candidato ungido por Lula para sucedê-lo.
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