Caatinga [Imagem: Eco Espaço Brasil 10] |
Documento (aqui e aqui) elaborado pelo movimento ambientalista de Pernambuco, entregue na sexta (18) ao secretário de Meio Ambiente do Estado, traz sete itens. Da interdição do tráfego para proteger ninhos de tartarugas marinhas das praias de Ipojuca, ao sul do Grande Recife, à criação de um centro de triagem de animais silvestres, passando pelo megadesmatamento anunciado para Suape, o documento trata de muitas questões importantes e deixa de lado tantas outras fora do eixo litoral-Zona da Mata, a exemplo da conservação da caatinga.
O bioma, que cobre dois terços do Estado e tem menos de 1% do seu território protegido em unidades de conservação, quando o recomendado é, no mínimo, 10%, é o único exclusivamente brasileira. Ou seja, floresta amazônica, pantanal e mata atlântica o Brasil divide com outros países, mas a caatinga é só nossa mesmo.
Justificativa para proteger esse ecossistema é o que não falta. Antes taxado de pobre de fauna e flora, agora não para de figurar com novas espécies de plantas e bichos nas publicações científicas, muitas com potencial farmacológico. Ameaças também são muitas. No passado, a principal era a exploração implacável de lenha para aquecer a gipsita, transformado-a em gesso, nas calcinadoras do Sertão do Araripe.
Em todo o Nordeste, o Ministério do Meio Ambiente calculou em 2008 redução superior a 45%. Agora, a extração irregular de madeira, isto é, sem plano de manejo, garante dormentes para a ferrovia Transnordestina e abre passagem para os canais da Transposição do Rio São Francisco. Sem falar no desmatamento consentido de 516,8 hectares para a implantação da ferrovia, isso só em PE.
Sérgio Xavier, candidato a governador pelo PV nas últimas eleições, tem a nomeação esperada para a próxima semana e garante que vai levar em conta o pleito dos ambientalistas na estruturação do plano de ação da recém-criada secretaria, ainda sem sede. Mas tomara que vá além do que está no documento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário