segunda-feira, 14 de março de 2011

O padre tá certo... Temos que amar as pererecas


O combativo padre Djacy Brasileiro, grande defensor da Transposição do Rio São Francisco, calo nos pés de muitos políticos oligárquicos do sertão paraibano, e que enfrentou o elitista Arcebispo da Paraíba Aldo Pagotto, virou manchete nacional pela defesa de um animalzinho indefeso: o sapo, defesa estendida também à perereca, uma espécie agredida, que só faz o bem, enojada por uns, desprezada por outros, mas que precisa ser amada, e muito amada, segundo o padre sertanejo.

Djacy, brasileiríssimo, declamou neste dia nacional da poesia profundos versos de amor à perereca:


"Amar o sapo, bicho tão agredido, chutado, é expressão maior de amor à natureza, que clama por socorro."

"O sapo só faz o bem à humanidade. Por que é tão desprezado? Vamos começar a amar o animal que por tanto tempo foi chutado, enojado, desprezado."

"Alguns de vocês, queridos amigos, têm medo de sapo? Então, acostumem-se com a ideia de amar esse animal tão querido por Deus e pela Mãe Terra".

E o padre Djacy tem razão. Leiamos as seguintes informações do Instituto Rã-bugio:

"Infelizmente, a sociedade moderna herdou essa péssima impressão dos europeus medievais, o que faz com que não seja dada a devida atenção aos anfíbios, elementos-chave para o equilíbrio do riquíssimo ecossistema de nossas florestas tropicais, onde, ao contrário da Europa, é fabulosa a diversidade de espécies.

Os sapos, rãs e pererecas são animais de extrema importância para o equilíbrio da natureza: eles controlam a população de insetos e de outros animais invertebrados e servem de comida para muitas espécies de répteis, aves e mamíferos.

Se não fossem os anfíbios, o mundo teria tantos insetos (pernilongos, moscas, etc.) que a espécie humana já teria deixado de existir há muito tempo, pois não seria possível controlar doenças como dengue, febre amarela e malária, que são transmitidas por picadas de insetos. Sem os anfíbios, a quantidade de pragas nas plantações de banana e outras lavouras seria tão grande que não haveria veneno suficiente no mundo para combatê-las e todos morreriam de fome ou envenenados em poucas semanas.

A Língua Portuguesa falada em Portugal apresenta, oficialmente, apenas os termos sapo e rã. A palavra perereca, que foi incorporada ao português falado no Brasil, vem da língua indígena tupi-guarani e significa andar aos saltos. O termo era empregado, de forma genérica, pelos índios para designar os anfíbios. Com o passar do tempo, o termo perereca passou a ser empregado pela população em geral para designar somente aqueles anfíbios anuros dotados de discos aderentes na ponta dos dedos, que servem para escalar árvores e paredes. Os sapos não mordem e as pererecas não grudam nas pessoas."

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