Todo veículo de comunicação da velha mídia tem o seu moleque de recados, aquele jornalista que se presta a escrever sob demanda dos seus patrões. Eles fazem o papel de dar a roupagem de matéria jornalística a editoriais envergonhados. Leandro Colon faz o jogo sujo que o Estadão gostaria de fazer sem se expor. A escandalização do nada teve como alvo mais uma vez o jornalista Luis Nassif, um dos poucos que se encontra em atividade e evidência que ainda insiste em respeitar seus leitores.
O motivo da peça que estupra a ética jornalística foi a recontratação de Nassif pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), para fazer comentários sobre economia no principal jornal da TV Brasil e conduzir o programa de debates Brasilianas, que vai ser transmitido também pela internet. Para alcançar o seu objetivo de criar um factóide, o jornalista apela para a exposição dos valores globais do contrato, ignorando o fato que são os mesmos praticados por outras emissoras de canal a cabo como a viciada Globonews e o Canal Rural.
A tática, que se apóia na desinformação de leitores, é muito usada pelo jornalismo de baixo nível, jogando números ao vento sem levar em conta o custo de produção e a capacitação do profissional, da mesma forma como foi feito no caso da captação de Maria Betânia pela lei Rouanet, como um “modus operandis” para tentar esconder o que de verdade há por trás dessas críticas.
A inexigibilidade de licitação nessa contratação é prevista no artigo 25 da lei 8.666/93 e no artigo 64 do decreto 6.505/08 que trata da contratação de serviços para órgãos públicos, pela inviabilidade de concorrência, e essas explicações foram dadas tanto pela EBC quanto pelo próprio Nassif ao jornal Estadão. Não existe lógica na crítica contra a decisão pela inexigibilidade, não se trata de aquisição de bens ou contratação de obra, mas de opção pela excelência da qualidade do jornalista premiado várias vezes pelo seu trabalho, não é possível pensar em contratar pelo menor preço e condenar a emissora a uma programação de baixa qualidade que não atraia telespectadores, para depois os mesmos questionarem a sua viabilidade.
Como Leandro Colon não poderia alegar desrespeito à lei ou questionar a qualidade do trabalho do Nassif, apelou para a falácia afirmando que o jornalista possui um blog “pró-governo”. Disse Joseph Goebbels, ministro da comunicação de Hitler e modelo de jornalistas como Colon, que a mentira repetida à exaustão se torna verdade, e na velha mídia se segue essa máxima aos extremos. Quem acompanha o Blog Luis Nassif percebe que há muitos posts com críticas a vários setores do governo: Cultura, Ciência e Tecnologia, Economia, Planejamento e em determinados momentos essa visão crítica suplanta as críticas dirigidas à oposição e à imprensa.
O que eles queriam? Que o Nassif aderisse à ótica seletiva dos veículos que fazem política partidária e usasse o mesmo filtro que eles usam para selecionar apenas o que for contra o PT e o governo? independência jornalística é artigo de luxo que passa longe das redações tradicionais.
O que está por trás desse ataque é um sentimento revanchista da administração do jornal contra o jornalismo crítico que Nassif pratica, denunciando a manipulação da notícia feita por esses veículos com argumentos certeiros. Recentemente o jornalista desconstruiu a tentativa do jornal de vitimizar-se, quando insistiu que teria sofrido censura por ter sido impedido de desrespeitar uma decisão judicial de dar a um processo o segredo de justiça, pois o jornal vazava seletivamente dados conseguidos ilegalmente, por interesses inconfessáveis. Na mesma época o jornal demitiu a colunista Maria Rita Kehl por delito de opinião, ou seja, por um posicionamento que não se enquadrava na linha editorial de um jornal que se tornou porta-voz de partidos políticos, esse sim, um caso clássico de censura praticada pelo jornal que se dizia perseguido.
Esse blogueiro parabeniza a EBC pela renovação do contrato de um jornalista de verdade, com capacidade técnica e coragem para furar uma associação imoral de veículos de imprensa com partidos políticos. A TV Brasil veio para isso mesmo, trazer mais uma opção de jornalismo profissional sem viés partidário, e pelo que tenho visto até hoje tem sido assim. Aqueles que não possuem qualificação técnica só podem se prestar a serem garotinhos de recado mesmo.
Fonte da imagem base: http://congressoabraji2010.wordpress.com – autor não informado – Adaptada por LEN
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