Tanta coisa tem sido realizada pela educação.
Ainda assim, as pessoas se perguntam: porque a qualidade não melhora?
Muito simples.
Formar um professor com a qualidade que se deseja demanda tempo, além disso, devido a ausência de incentivos a formação e ao desenvolvimento de uma carreira, durante sucessivos governos fizeram da profissão alternativa para aqueles que por devoção ou necessidade aceitavam os salários e as condições impostas.
Quando o Presidente Lula assumiu, os salários, de um modo geral, eram bem menores que os atuais.
Aos professores, além do retorno ao estímulo de carreira, à formação contínua e a melhoria salarial, se ofereceu o respeito profissional.
É bem verdade que, as conquistas estão muito aquém do que se deve e do que a categoria profissional deseja mas, ninguém pode negar que sinaliza para uma mudança, seja nos salários dos professores, seja na qualidade de ensino.
Nesse momento em que se tem uma mulher como Presidenta e que possui uma história familiar ligada ao magistério, pode se avançar mais.
É preciso encontrar uma forma de se pagar o piso nacional (salário mínimo do professor) e não comprometer Estados e Municípios.
Entendo que a divisão de competência entre os entes federativos, no caso da educação, foi equivocada e precisa ser revista.
Especialmente no que se refere aos repasses, a fiscalização, a formação continuada, a aquisição de equipamentos, reforma e construção de escolas mas, também sobre o próprio processo pedagógico multi-fracionado, onde se adotam tantas teorias e se esquece de elaborar uma proposta brasileira contemplando a experiência dessas teorizações e a realidade brasileira.
Volto ao Abaporu, é preciso deglutir tudo isso que foi formulado em termos de teorias, projetos, programas de dentro e fora do país, para então, dar oportunidade ao nascimento de um novo processo educacional brasileiro.
Saliento ainda que, esse tempo de gestar ainda está sendo atendido e por isso, não há como avaliar todo o processo conduzido pelos governos petistas, considerando que a geração que chegou aos bancos escolares ainda não terminou a sua formação.
Além disso, a perspectiva é que a cada ano a qualidade dos aprendizados foi sendo melhorado o que possivelmente também irá se refletir ano após ano nestes que estão a se formar.
Mas, as dicotomias entre os entes federativos tem marcado posição na contramão do desenvolvimento, pois, educação também é um processo político e quando se faz oposição ao governo federal, infelizmente, se procura obstacularizar as iniciativas e minimizar os resultados.
Por último, sei que os professores estão na luta, que não se encerra nas conquistas que podem ser obtidas ainda durante o governo Dilma mas, prossegue nos governos seguintes na medida que a sociedade se transforma e passa a apresentar novas demandas para o processo.
Hilda Suzana Veiga Settineri
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