Eu assinei a convocação da CPI, quando a Presidenta Dilma demorou a demitir o ministro Palocci. Dei o tempo, esperei, até saber que ela estava demorando. No caso do ministro dos Transportes ela, rapidamente, tomou as decisões depois das denúncias, e provocou a demissão de 38 pessoas sob suspeita. Apesar disso, alguns senadores iniciaram a coleta de assinaturas para a abertura de uma CPI. Do total de 81 senadores apenas 24 assinaram, 67 não assinaram. Não sei quais são os argumentos desses, mas no meu caso sinto que não é hora de fustigar a Presidenta que já provocou a demissão de 3 ministros, da Casa Civil, do Ministério dos Transportes e da Agricultura e diversos integrantes da cúpula e assessores desses ministérios. Ao contrário, considero que é o momento de apoiar a "faxina", exigindo que ela não pare. Espero que com a ação dos parlamentares que estão apoiando e cobrando a ação da Presidenta, ela leve esta limpeza até onde for preciso. Se ela parar esse processo de demissões, não duvidarei em assinar a CPI, como fiz no caso do Palocci, depois de esperar duas semanas.
É preciso lembrar que na democracia o presidente só pode ir até a demissão, a condenação e a prisão são ações do poder judiciário e da polícia. A CPI não conseguirá punir ninguém, como alias nunca conseguiu. Será necessária se a presidente não fizer a sua parte. E será necessária contra a polícia e a justiça se esses não cumprirem o papel que lhes cabe. Não vou compactuar com aqueles que estão ameaçando represálias, como alias está acontecendo, contra o governo, se a Presidenta continuar fazendo a "faxina".
Tenho expectativa que ela vai usar os meios de informação que dispõe para demitir auxiliares antes mesmo que as denúncias surjam na mídia. Se não vier acontecer, se ela ceder e/ou aceitar as ameaças de represálias e parar a "faxina", não duvidarei em assinar quantas CPI´s sejam necessárias, como fiz no caso do Palocci. Até lá, não vou dificultar a "faxina".
Não vou dar aos corruptos a chance de virem à CPI, adiando inquéritos policiais e protelando as punições. Cadeia neles, coisa que nenhuma CPI fez até hoje.
Cristovam Buarque
Site do Senador Cristovam Buarque
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