sábado, 24 de setembro de 2011

Por falta de garantias, palestinos rejeitam retomar negociações com Israel até 2012

As autoridades palestinas rejeitaram a volta das negociações com Israel nos termos da proposta feita pelo Quarteto de Madri, grupo formado por Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia. Segundo o chanceler da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Riad al-Maliki o acordo proposto "não satisfez as expectativas".

Em declarações à "Voice of Palestine" a partir de Nova York, Maliki afirmou que a proposta não menciona as fronteiras de 1967 tampouco a construção nos assentamentos judaicos, informa a agência oficial palestina "Wafa".

Na sexta-feira, depois dos discursos do presidente Mahmoud Abbas e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, diante da Assembleia Geral da ONU, o Quarteto de Madri pediu aos dois lados que retomem as negociações diretas dentro de um mês e alcancem acordo de paz definitivo em 2012.

Ontem, um comunicado do Quarteto, informou que em um mês haveria uma “reunião preparatória entre as partes para fixar a agenda e o método da negociação". A realização desse encontro agora é incerta.

A proposta tenta ultrapassar a encruzilhada diplomática em que se veêm envolvidos EUA e alguns membros da União Européia, com a chegada do pedido de admissão à ONU entregue na sexta-feira por Mahmoud Abbas, que agora vai à votação no Conselho de Segurança.

"Esperamos que palestinos e israelenses voltem à mesa de negociações em algumas semanas. Em três meses esperamos ter progressos significativos na matéria de fronteiras e segurança, e em seis meses uma aproximação global para que depois possam alcançar o acordo final", declarou à imprensa a alta responsável da Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton.

Para Maliki, a única novidade na declaração do Quarteto é o "calendário" para alcançar um acordo em assuntos de segurança e fronteiras.

Ele adiantou que o Conselho de Segurança da ONU estudará na próxima segunda-feira o pedido de admissão apresentada na véspera por Abbas e avaliou que a votação não deve demorar muito.

Para ser aprovado, o pedido precisa de nove dos 15 votos do Conselho para avançar. Os diplomatas palestinos tentam ainda convencer Gabão, Nigéria e Bósnia-Herzegovina que se somem ao bloco favorável à admissão da Palestina, informou "Wafa".

Por sua vez, os Estados Unidos, que se opõe ao reconhecimento de um Estado palestino fora das negociações, tenta conseguir os sete votos necessários para bloquear o pedido sem a necessidade de exercer seu direito ao veto.

*Com informações da agência Efe.

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