terça-feira, 22 de novembro de 2011

A Chevron e suas declarações vazias

Data: 21/11/2011 
Fernando Siqueira- Presidente da *AEPET

Fernando Siqueira
No Jornal Nacional do dia 18, o presidente da Chevron fez uma declaração vazia: "os engenheiros da Chevron subestimaram a pressão do reservatório". O que quer dizer isto? Nada. O que ele não disse, mas deveria, é que: mesmo já tendo alguns poços em produção, o que fornece a pressão no reservatório, os engenheiros erraram no dimensionamento da densidade da lama de perfuração quando chegaram à zona produtora do reservatório, após 60 dias de perfuração, eles perceberam um Kick de pressão (com perigo de perda de controle do poço), em função, provável, de lama mais leve do que o necessário.

Depois erraram na injeção de lama mais pesada, com pressão acima do suportável pelo reservatório e fraturaram o seu reservatório. Afobados, começaram a injetar uma lama mais densa para controlar o poço. Só que, ao injetar essa lama eles o fizeram com pressão mais elevada do que o invólucro selador do reservatório suportava e, assim, causaram a fissura do mesmo. Portanto, uma sucessão de erros operacionais cometidos e não confessados.

Segundo o Wall Street Journal, a plataforma que está perfurando, é uma plataforma improvisada. Era obsoleta e funcionava como flotel (hotel flutuante) no Mar do Norte; Foi “armengada” e foi alugada por U$ 315 mil por dia. Uma plataforma moderna e adequada para essa atividade custa cerca de U$ 700.000 por dia. No inicio, a Chevron tentou por a culpa na Petrobrás insinuando que o vazamento era do campo de Roncador. Foi preciso o CenPes (Centro de Pesquisas da Petrobras) analisar o óleo para verificar o DNA do mesmo e identificá-lo como do campo de Frade, desmentindo os irresponsáveis.

Essas são algumas evidências objetivas que mostram que é preciso acabar com os leilões para evitar que empresas aventureiras, predadoras e mentirosas venham fazer no Brasil a mesma devastação que tem feito nos outros países como Nigéria, Equador, Peru, Iraque, Afeganistão, Líbia e, até na Amazônia, pois durante os contratos de Risco, nas décadas de 70 e 80 eles perfuraram na Amazônia e deixaram um rastro de destruição.

A Petrobrás já perfurou dezenas de poços nessa e em maiores profundidades, sendo mais de 20 poços no pré-sal e não provocou acidentes, muito menos dessa gravidade, mesmo não contando com essa benevolência da grande mídia.


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