Departamento de Estado dos EUA disse ter informado sua decisão à diplomacia venezuelana |
A consulesa-geral da Venezuela em Miami foi declarada persona non grata pelo governo dos Estados Unidos e terá de deixar o país até terça-feira, confirmaram fontes do Departamento de Estado americano à BBC Mundo.
As autoridades americanas não explicitaram os detalhes que levaram à expulsão da diplomata Livia Acosta Noguera (ainda que tenham afirmado que a decisão foi informada à Embaixada da Venezuela na última sexta-feira).
Mas Acosta supostamente discutiu possíveis ciberataques contra os EUA enquanto estava baseada na Embaixada Venezuelana no México, em 2008. Segundo a agência Associated Press, os comentários estão sendo investigados pelo FBI.
Quatro congressistas norte-americanos já haviam escrito à secretária de Estado Hillary Clinton levantando preocupações quando à diplomata venezuelana.
A carta dizia que, segundo um documentário exibido no mês passado pela rede hispânica Univisión, Acosta discutiu ataques contra o sistema de informática do governo norte-americano com diplomatas do Irã e de Cuba, em período em que ocupava o posto de vice-secretária da embaixada venezuelana no México.
Os congressistas norte-americanos pediram que o Departamento de Estado averiguasse as acusações e, caso estas fossem verdadeiras, "declarasse (Acosta) uma persona non grata".
Até a tarde deste domingo, o presidente venezuelano Hugo Chávez não havia comentado a decisão dos EUA, país que é alvo constante de suas críticas.
Questionado pela BBC Mundo, o diretor de imprensa da Chancelaria venezuelana, Edgar Ladrón, afirmou que ainda não há uma "reação oficial" ao episódio.
Documentário polêmico
O documentário exibido em dezembro pela emissora Univisión afirmava que diplomatas venezuelanos e iranianos haviam demonstrado interesse na oferta de um grupo hacker mexicano para se infiltrar na rede de informática da Casa Branca, do Pentágono e do FBI.
Na ocasião, o governo venezuelano disse que o conteúdo do documentário era "mentiroso".
A expulsão da consulesa de Miami ocorre pouco antes que outro crítico dos EUA, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, chegue a Caracas para uma visita de Estado, neste domingo.
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