Por Eliakim Araújo
As atrocidades cometidas por soldados americanos no Iraque e no Afeganistão são conhecidas ao redor do mundo, graças às ferramentas da internet ao alcance de qualquer um que disponha de um computador.
Assim, por exemplo, é possível encontrar na web desde um vídeo que
mostra soldados americanos tomando um pequeno cão como bola, jogado de
um lado para outro, até as humilhantes fotos de prisioneiros iraquianos
em Abu Ghraib, tratados como animais, até chegar ao estúpido episódio do
massacre de Haditha.
Sobre este último, aliás, vale dizer que está sendo julgado esta
semana, por uma Corte Militar na Califórnia, o sargento Frank Wuterich
(na foto, ao lado de seu advogado), acusado de ter ordenado um dos mais
bárbaros crimes contra civis desarmados no Iraque.
O depoimento do soldado Steven Tatum, do pelotão liderado pelo
sargento, clareia o que aconteceu naquele dia 19 de novembro de 2005.
Tatum contou que ele e seus companheiros obedeceram à ordem do sargento
de “limpar” uma área onde havia “fogo hostil”. Tatum afirmou que a ordem
do sargento veio em forma de vingança, depois de um veículo militar
estadunidense ter sido atingido por uma bomba numa rodovia próxima.
No ataque, que ficou conhecido como O Massacre de Haditha, os
militares americanos abriram fogo de metralhadora e atiraram granadas
durante 45 minutos, matando 24 iraquianos, inclusive sete crianças,
todos desarmados.
O sargento Frank Wuterich é o último dos oito
marines inicialmente acusados de assassinato ou de não investigar os
assassinatos. Os outros sete já estão livres de culpa.
Aqui,
vale destacar que o massacre de Haditha só chegou ao conhecimento
público graças à investigação de um repórter da revista Times, publicada
dois meses após o incidente. O que nos leva a imaginar quanto coisa tem
sido escamoteada do público, quando a mídia não informa por
desconhecimento ou por má-fé.
O episódio virou filme, em 2007, com o título de “Battle for
Haditha”. Um título infeliz, porque naquele dia não houve batalha
alguma, o que aconteceu foi um ato covarde e cruel praticado por um
grupo de soldados armados até os dentes contra civis desarmados e
inocentes.
Mas em matéria de indignidade, nada pode ser comparado ao video e
fotos divulgadas com destaque pela mídia estadunidense nesta
quarta-feira.
A imagem é chocante, apesar de cruel e indigna. São quatro marines
que aparecem em um vídeo urinando em cadáveres de afegãos mortos. O
clipe tem 40 segundos e foi postado no site www.liveleak.com
[ver vídeo abaixo] por um anônimo que identificou os quatro como pertencentes ao terceiro
batalhão dos marines baseados em Camp Le Jeune, Carolina do Norte.
Os
quatro, vestidos com uniforme de combate, estão de pé com seus órgãos
genitais expostos e se aliviam em cima de três cadáveres, não se
sabendo se eram insurgentes ou civis. Enquanto urinam, tripudiam dos
mortos. Um deles diz: “tenha um ótimo dia, amigo”. Outro completa: “...
é uma chuva dourada”.
O comando dos Marines prometeu investigar. Mas promessa é pouco,
muito pouco. É preciso muito mais, tal a gravidade do fato. Falta uma
nota official do próprio governo dos Estados Unidos, repudiando
severamente o ato repugnante que vai contra todos os regulamentos
militares e as leis internacionais, com um pedido de desculpas e a
garantia de que os culpados serão punidos exemplarmente.
Enquanto isso não acontece, o video é um ótimo material para que os
insurgentes talibãs o usem para alimentar o ódio aos EUA e recrutar mais
voluntários para a causa. E, certamente, vai desencadear uma nova
polêmica diplomática entre Washington e Kabul.
Um comentário:
Os norte americanos "usaram" a eugenia proposta por Hitler para conquistar aliados contra os nazistas, mas escondiam que eles proprios eram ainda mais eugenistas.
Norte americano REALMENTE acredita que é melhor que o "resto"!
Principalmente os soldados, porque são doutrinados a pensar assim!
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