quarta-feira, 25 de abril de 2012

Perillo admite influência ‘isolada’ de contraventor em áreas de Goiás

Governador, citado em gravações da PF, se põe à disposição de CPI  Leia mais sobre esse assunto em

BRASÍLIA - O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), admitiu nesta terça-feira que o bicheiro Carlinhos Cachoeira pode ter influência em setores do estado, mas de “forma isolada” e não sistemática. Gravações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo vincularam o nome de Perillo e o seu governo ao esquema de Cachoeira. Perguntado sobre a influência do bicheiro no governo, Perillo afirmou:

— Olha, acho que em relação a algumas áreas do aparelho do estado, mas de forma isolada, muito pequena. No governo, não. Nunca ousou fazer qualquer solicitação em relação à atividade dele.

Desde que foram divulgadas as primeiras conversas do grupo de Cachoeira, no início do mês, pelo menos três auxiliares de Perillo pediram demissão. Primeiro, foi a chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro; depois, o presidente do Detran, Edvaldo Cardoso, e, por último, o procurador-geral do estado, Ronald Bicca. Todos foram citados nas gravações da PF.

Perillo afirmou que não está sendo investigado, mas que seu nome foi citado de maneira irresponsável em gravações da operação da PF.

— Estou absolutamente tranquilo em relação a isso. Eu não sou investigado. Só há algumas citações irresponsáveis em relação ao meu nome. Acho que pessoa querendo vender facilidades. O governo do estado não tem envolvimento em nenhuma destas investigações da Operação Monte Carlo. A construtora Delta tem um número muito pequeno de contratos no estado em função de licitações absolutamente legítimas, muito menor que as prefeituras do interior.

Após participar do anúncio de investimentos do PAC Mobilidade Grandes Cidades, no Palácio do Planalto, Perillo se colocou à disposição da CPI, e afirmou estar “absolutamente tranquilo”, pois não há atos seus ou de seus secretários beneficiando o bicheiro ou a construtora Delta.

No fim do evento, Marconi ficou um tempo conversando com a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), e com o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Olavo Noleto. Há registro de que Noleto conversava com o número dois do esquema de Cachoeira, Wladimir Garcez.

Marconi disse ainda que tem a confiança do PSDB, mas admitiu que terá desgaste político se forem comprovadas irregularidades no governo de Goiás:

— Até agora, eu recebi absoluta solidariedade de todos os membros do partido. Não só solidariedade, mas demonstração de confiança de todos. Se amanhã, eventualmente, o governo de Goiás estiver envolvido em qualquer desses eventos investigados na Operação Monte Carlo, claro, aí sobrará desgaste.

Fonte: O Globo

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