LA PAZ, 1 Mai 2012 (AFP) - O presidente de Bolívia, Evo Morales,
nacionalizou nesta terça-feira a empresa Transportadora de Eletricidade
S.A., gerida pela empresa Rede Elétrica Internacional, filial do Grupo
Rede Elétrica, da Espanha, e ordenou às Forças Armadas sua ocupação.
"O presente decreto supremo tem por objetivo nacionalizar a favor da
Empresa Nacional de Eletrificação (ENDE), representante do Estado
Plurinacional, o pacote acionário em mãos da sociedade Rede Elétrica
Internacional na Empresa Transportadora de Eletricidade", afirmou
Morales em um ato público no presidencial Palácio Quemado.
O
presidente também ordenou às Forças Armadas "para que realizassem as
ocupação das instâncias e administração da Transportadora de
Eletricidade".
A TDE foi fundada em 1997 e possui 73% das linhas de transmissão, segundo sua página oficial na internet na Bolívia.
Cerca de 99,94% de seu capital estava em mãos da Rede Elétrica
Internacional e 0,06% pertencia aos trabalhadores da empresa, de acordo
com a página na web da empresa.
Morales, um descentente indígena
de tendência esquerdista, tomou a medida em meio de protestos de
sindicatos, que exigem um incremento salarial superior aos 8% oferecidos
pelo governo.
O líder boliviano já realizou outras
nacionalizações no Dia do Trabalho desde que chegou ao poder em janeiro
de 2006, para nacionalizar a produção de petróleo, empresas de
eletricidade e de fundições.
Apesar de suas medidas
nacionalistas, Morales tem evitado opinar sobre a decisão argentina de
expropiar 51% da petroleira YPF, sob o controle da espanhola Repsol. "É
um tema da Argentina e da Espanha", disse ele em recente coletiva de
imprensa.
A expropriação decidida pela presidente argentina
Cristina Kirchner "não vai nos trazer nenhum problema porque temos uma
relação de muita confiança com a Repsol (...). A Repsol, como empresa,
respeita todas as normas bolivianas e os investimentos que a Repsol está
fazendo vão bem", afirmou.
Depois da nacionalização dos
hidrocarbonetos bolivianos em 2006 e após árduas negociações, 10
petroleiras estrangeiras, entre elas a Repsol-YPF (que controlava 27%
das reservas gasíferas bolivianas), alcançaram acordos com o governo
Morales sobre as novas condições para operar na Bolívia.
jac/al/wm
Nenhum comentário:
Postar um comentário