Foto: Daniel Marenco/Folhapress
Na sua defesa, Roberto Jefferson prepara uma grande surpresa: a confissão de que seus R$ 4 milhões eram caixa dois e de que a palavra mensalão foi criada para coagir o PT, que pretendia derrubá-lo no início do governo Lula
Nesta segunda-feira, com a retomada da apresentação das defesas na
Ação Penal 470, haverá uma grande surpresa. O advogado Luiz Francisco
Corrêa Barbosa, que defende Roberto Jefferson, dirá que os recursos
entregues pelo PT ao PTB, R$ 4 milhões ao todo, diziam respeito a um
acordo para financiamento de campanhas municipais em 2004. Ou seja: ele
negará a tese do mensalão e da compra de votos de parlamentares, que
havia sido denunciada pelo próprio Jefferson.
O ponto mais surpreendente foi antecipado pelo advogado de Jefferson,
numa entrevista ao portal iG. Corrêa Barbosa afirmou que existem dois
conceitos de mensalão. A mesada, supostamente paga a parlamentares, foi,
segundo ele, um “objeto de coação”. Ou seja: Jefferson, que se dizia
pressionado pelo partido, criou a palavra como figura retórica para se
vingar de seus algozes. O segundo conceito é o caixa dois, como já
admitido por réus, como Delúbio Soares.
Na semana passada, o presidente do PTB já fez essa revelação ao dizer
“José Dirceu me derrubou, mas livrei o Brasil dele”. Essa “vingança”
mobiliza o debate político no Brasil há sete anos e boa parte da
acusação de compra de votos está ancorada no testemunho de um personagem
que, agora, desdiz tudo o que havia dito.
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