Embora sem a retórica dos demais advogados, a defesa de Luiz
Gushiken, do advogado Luis Justiniano de Arantes Fernandes, constitui-se
em um dos momentos mais chocantes do julgamento do mensalão.
Calmo, sem levantar a voz, com uma indignação contida, mostrou que
havia um laudo de 2007 inocentando Gushiken, demonstrando que todos os
procedimentos de liberação de verbas da Visanet haviam sido regulares. E
o MPF negou o acesso ao laudo aos advogados de defesa e ao próprio
Banco do Brasil.
Se os laudos tivessem sido juntados aos autos, em uma das reuniões do
STF, bastaria um único voto a mais para que denúncia não tivesse sido
recebida e Gushiken fosse inocentado.
Em agosto de 2007 o MPF estava convicto de que não tinha elementos
sequer para instruir uma ação civil. Mas insistiu na corte para o
recebimento da denúncia,
O MP só disponibilizou às partes após o recebimento da denúncia pelo
STF. E na peça do procurador geral Roberto Gurgel, aceita-se a inocência
de Gushiken.
Cinco anos de tortura, sabendo ser Gushiken inocente, uma maldade que certamente ajudou no agravamento da doença que o acomete.
Se não houver explicações adequadas da parte do MPF, esse capítulo é
uma mancha na carreira do Procurador Geral Antonio Fernando de Souza e
do atual Roberto Gurgel.
Na sequência, José Augusto Leal acusou Antonio Fernando de Souza de
ter extirpado do inquérito declarações que eram favoráveis a Gushiken.
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