O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, deu uma
aula de retórica na entrevista ao vivo ao jornalista César Tralli no
programa SPTV da Rede Globo nesta quinta-feira (20). A maior parte dos
oito minutos de bate-papo transformou-se em um verdadeiro bate-boca
entre o candidato e o jornalista. Clique aqui para assistir à íntegra da entrevista.
Russomanno
se negou a responder questões a respeito dos ataques que recebeu de
membros da Igreja Católica e do apoio institucional e pessoal de bispos e
pastores da Igreja Universal do Reino de Deus à sua candidatura.
O
concorrente, que se diz católico, chegou a mostrar irritação com a
insistência de Tralli nas questões religiosas. “César, posso te pedir um
favor? Vamos falar de São Paulo, dos problemas da cidade”, pediu,
repetidas vezes, Russomanno. Em certo momento, o tom subiu tanto que
ficou impossível a compreensão do que diziam.
Após se negar a
responder as perguntas de Tralli, Russomanno passou a discursar sobre as
suas propostas para a cidade até ser interrompido pelo jornalista.
“Candidato, isso daqui é uma entrevista e não um programa eleitoral”,
recordou, educadamente, o repórter de Rede Globo.
O candidato
vinculado à Igreja Universal ainda se recusou a responder uma pergunta
sobre o acordo trabalhista feito na Justiça com uma ex-funcionária de
sua empresa, o qual foi acusado de usar dinheiro público para pagá-la.
“A questão está resolvida”, disse, enfático.
O único momento de
paz de toda a entrevista foi o seu início, quando Russomanno afirmou que
não irá obedecer às exigências da Igreja Universal caso eleito
prefeito, apesar de todo o aporte financeiro, pessoal e institucional
que tem recebido. “O estado é laico, não deve haver interferência das
igrejas. Tenho coordenadores da campanha ateus, judeus e muçulmanos”,
afirmou.
O candidato, por fim, criticou o pagamento de guardas
particulares pela prefeitura, e defendeu o investimento na Guarda Civil
Metropolitana (GCM) para poder capacitar um efetivo maior a cada ano.
Por lei, a GCM garante apenas a segurança de equipamentos públicos e não
tem função de polícia.
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