quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Kamel, Datafolha e STF: tríade "tudo a ver" no golpe em curso


Não há dúvida de que lado a grande imprensa se postou historicamente: contra os interesses nacionais, contra o povo e contra as lideranças que ousam desafiar seu poder.  STF, Datafolha e a ascensão de Ali Kamel na Globo são sinais claros da radicalização dos ataques midiáticos que estão por vir contra Dilma, Dirceu, PT e Lula

Estas eleições mostram o acirramento das forças conservadoras, ávidas por retornar ao poder central, facilmente percebível nas grosseiras manipulações midiáticas, combinadas com pronunciamentos histéricos e cínicos dos demotucanos, agendamento oportunista do julgamento do mensalão no STF e da costumeira ação do Datafolha nas pesquisas de opinião.

FHC chegou ao cúmulo de dizer que votar em Serra significaria a recuperação moral da sociedade brasileira.  Pior, alguns meios de comunicação repercutiram esta fala como algo verdadeiro, amplificando a voz do rejeitado ex-presidente.

E tudo se concentra em São Paulo, todo o esforço em salvar Serra e levá-lo ao segundo turno, a  qualquer custo, está diretamente ligado a este confronto direto entre governo e opositores.

Os resultados das últimas pesquisas servem para mostrar que algo está estranho.  Serra disparou na rejeição do eleitor paulistano, mas avançou nas intenções de voto, segundo o Datafolha.

O Vox Populi demonstra o contrário: Haddad a frente de Serra.

Quem tem razão?

O Datafolha tem histórico recente de manipulações de pesquisas eleitorais, para,justamente, forjar uma tendência e cristalizar na cabeça do eleitor que determinado candidato tem mais ou menos força para vencer, desta maneira, tentar interferir na vontade do povo.

Os ataques pesados, diários e sem contraponto, que a grande imprensa desfere contra o PT e Lula, servem de apoio para alterar o quadro eleitoral, confundindo, país afora, a percepção eleitoral deste momento e prejudicando, dolosamente, um partido político e sua maior liderança.

Movimento que não se configura como uma novidade, mas que pelo afastamento do poder de grupos políticos e sociais há dez anos, tem se intensificado radicalmente e tornado a cobertura das eleições um espaço onde o noticiário é entregue ao leitor/audiência repleto de mensagens conservadoras e intenções, indisfarçadas, de intervir partidariamente da opinião pública com ocas opiniões publicadas.

A ascensão de Ali Kamel, esta semana, ao posto de diretor-geral de Jornalismo e Esportes da TV Globo mostra que a radicalização do ambiente político deverá continuar e até se acentuar contra o PT, aliados, Dirceu, Lula e Dilma serão massacrados pela cobertura jornalística do maior grupo de comunicação do Brasil.

Este é um indício que nos confirma isso: Kamel foi recompensado pelo seu trabalho, já que desde que assumiu a Central Globo de Jornalismo há alguns anos, ficou evidente o tratamento desigual que os jornalísticos da emissora tem dado aos personagens políticos, privilegiando e poupando conservadores, tentando resgatar a imagem carcomida de FHC e seu governo entreguista, ao passo que se buscou e ainda se propõe a isso, desconstruir a imagem de Lula e do PT.

Tudo isto somado ao manejo do STF para que julgasse o mensalão durante a fase aguda das eleições 2012, fecham o cerco e dão sinais da renovação de forças dos opositores,pelo caminho da judicialização política.

Os que se alvoroçam com o contexto de golpe que se constrói no Supremo e se divulga em massa pela imprensa, mostra que o governo não pode mais buscar conciliar com setores da sociedade, uma minoria com grande poder econômico, que tenta desestabilizar o país e vencer no tapetão.

Dilma, PT e aliados, ao menos os mais progressistas, não podem permanecer acuados nas cordas, precisam fazer o enfrentamento.

O governo não pode continuar financiando a grande imprensa brasileira, destinando volumosas verbas de publicidade, para que manipulem o noticiário e estimulem a formação de uma atmosfera política hostil, que pode contaminar o ambiente social e desencadear crises que afetem a credibilidade de Dilma e a enfraqueça junto aos movimentos sociais que a apóiam.

Desta forma, enfraquecendo sua postulação a reeleição em 2014 e originar a oportunidade que conservadores tanto anseiam para se apresentar como arautos da moralidade, da ética e salvadores da pátria nas próximas eleições presidenciais.

Alguém ainda duvida disso?

Para atestar que estes movimentos são coordenados com forte propósito político eleitoral, visando resultados imediatos e para o médio prazo, é só ler que o STF resolveu adiar o julgamento do núcleo político do mensalão ligado ao PT, para ocorrer na última semana antes do primeiro turno das eleições,ou seja, entre os dias 1 e 4 de outubro, a três dias do primeiro turno.

Coincidência?

A reação dos candidatos do PT e aliados em São Paulo, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Alegre, Cuiabá e Manaus deve ter provocado pesadelos no comando conservador do golpe em andamento.

Entregar a cabeça de José Dirceu, em uma bandeja de prata, na última edição do horário político eleitoral, sem tempo para respostas e contrapontos na propaganda eleitoral gratuita, em uma edição "especial" do Jornal Nacional não deixa dúvida alguma que o cerco é forte e que sem reação vigorosa das forças políticas e sociais que apóiam Dilma, a primeira parte do golpe poderá obterá êxito.

Em tempo: os partidos da base do governo, finalmente, divulgaram nota repudiando os ataques da oposição, municiados pela ação covarde da mídia.

Assinam a nota os presidentes nacionais do PT, PSB, PMDB, PC do B, PDT e PRB, que encerram o texto com a seguinte afirmação:

"Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do país, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula.

A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo."

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