Fundadora da nova Arena diz ser agradecida a Lula por Prouni [Depois volta atrás]
Bolsista do Prouni (Programa Universidade para Todos), a estudante que
tenta refundar a Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido que apoiou
a ditadura militar no país, diz que é agradecida ao ex-presidente Lula
pelo financiamento de seus estudos.
Presidente da sigla, a gaúcha Cibele Baginski recebe bolsa integral do
programa federal para cursar Direito na Universidade de Caxias do Sul
(RS), a cerca de 130 km da capital Porto Alegre.
Perguntada se é agradecida ao ex-presidente, a estudante afirmou que
talvez não estivesse na universidade se ele não criasse o Prouni.
"Dá para se dizer que essa é uma das coisas que ele fez de bom", disse.
"Se eu tivesse que pagar, eu não iria pagar. Eu ia trabalhar como caixa
de supermercado, por exemplo."
ESTATUTO
O grupo que tenta refundar a Arena publicou na terça-feira (13) seu
estatuto no "Diário Oficial da União". Nele, diz possuir como ideologia o
conservadorismo e defende a "abolição de quaisquer sistemas de cotas
raciais, de gênero, ou 'condições especiais'".
A publicação é uma das etapas que antecedem o registro do partido na
Justiça Eleitoral. Agora, a sigla precisa coletar assinaturas de apoio
de cerca de 500 mil pessoas em nove Estados do país para obter seu
registro.
Cibele, porém, diz não enxergar contradição entre sua bolsa e a posição adotada pela nova Arena.
"Prouni não é cota. Eu pago meus impostos e o governo paga a
universidade, seja pública, seja mediante Prouni". E completa: "O
Prouni, graças a Deus, ainda não tem cota. Todo mundo pode entrar
independente de cor, opção sexual ou anteninhas na cabeça ou não".
O Prouni, que concede bolsas de estudo em instituições privadas do
ensino superior a alunos de baixa renda, foi criado pelo governo federal
em 2004 e começou a vigorar no ano seguinte. O programa reserva cotas
para pessoas com deficiência e alunos negros, pardos e indígenas.
OBRIGAÇÃO
Cerca de 3 horas depois da publicação da matéria, Cibele contatou a Folha
dizendo que foi mal-interpretada e que não é agradecida ao
ex-presidente porque, ao fornecer educação, "ele não faz mais que a
obrigação".
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