Quando começaram a circular as primeiras versões sobre o périplo de
Luiz Fux em Brasília, para conseguir a indicação para o STF (Supremo
Tribunal Federal), confesso que fiquei com um pé atrás e me recusei a
divulgar.
O quadro que me traçavam era de uma pessoa sem nenhum caráter. Eram
histórias tão esdrúxulas que só podiam partir de quem pretendia
desmoralizar o Supremo.
Uma das histórias era sobre sua visita a Antonio Palocci. Ele próprio, Luiz Fux, teria entrado no tema "mensalão" e assegurado que, se indicado Ministro do STF, "mataria no peito" o processo, afastando o perigo de gol.
A mesma conversa teria tido com José Dirceu. Falava-se também das
manobras para aproximar-se de Delfim e do MST, mas descrevendo um cara
de pau tão completamente sem caráter que parecia um exercício de ficção
em cima de Pedro Malasartes, Macunaíma ou outros personagens
folclóricos.
Com sua competência imbatível, Mônica Bérgamo recolheu todas as
lendas e perguntou sobre elas ao personagem. E aí a vaidade foi maior
que a esperteza: Fux se vangloria tanto da esperteza que deixou de lado a
prudência e confirmou todas as malandragens. Como se diz em Minas, a
esperteza comeu o esperto.
Prefere entrar para a história como o esperto. Que assim seja.
Por Zuleica Jorgensen
Se ele contou tudo isso a Bergamo e, se contou, ele fez realmente
tudo que diz, processo nele por corrupção ativa. Como é que alguém pode
julgar determinado processo, que faz o governo poupar 20 milhões de
dólares, e depois fica implorando uma nomeação para o STF? Como é que um
juiz homologa um acordo que beneficia o MST (sem fazer aqui juízo de
valor sobre o caso!) e depois pede uma recomendação do Stédile para ser
iindicado ministro do STF? Como é que um cara que entra para a
magistratura já mirando no STF pode ser confiável?
Tudo muito estranho, parace mesmo um sincericídio como diz a reportagem.
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