domingo, 25 de agosto de 2013

MÉDICOS E MÉDICOS




Tenho participado de discussões nas mídias sociais a respeito da vinda de médicos formados em universidades além do território nacional.

Interessante é que agora começam a ser desvelados alguns vícios que se mantinham escondidos e que serviam para privilegiar castas.

Sempre fui contra uma entidade regular o direito de exercer profissão, seja ela qual for.

No caso de profissões de nível superior, legítimo é o direito da habilitação por uma universidade.

Entidade de classe é para atender interesse da sua classe ou categoria profissional.

Assim é o Conselho Federal de Medicina uma entidade que legitimamente defende os interesses de uma categoria.

Quando digo interesse não tem nada de errado.

Até ai, compreensível.

Quando se posicionam contra a vinda de médicos do exterior, me perdoem a analogia, é a mesma coisa que acontece quando o Estado para atender uma demanda e baixar o custo, importa uma determinada mercadoria.

Naturalmente o setor produtivo nacional não irá ficar contente, pois, a escassez é sinônimo de maior valorização do produto, ou seja, aqueles médicos que são contra a vinda de estrangeiros trabalharem no Brasil, simplesmente temem a redução do custo do seu serviço por haver uma maior oferta

É uma relação econômica o que está sendo discutido.

O curso de medicina, com exceções, sempre foi visto por aqueles que pretendem ingressar na faculdade como rentável.

Esse é o viés.

Como todo negócio de venda de serviços, a concentração da oferta está junto aos locais de maior circulação de pessoas ou concentração de riquezas, em outras palavras, na maioria absoluta das vezes, nas grandes cidades.

Não se trata de um problema de qualidade de vida o motivo de profissionais médicos não desejarem ir aos sertões, mas tão somente de perspectiva de lucro.

O valor ofertado pelo governo Dilma, ainda que interessante, não consegue demover das grandes cidades, profissionais que não se dispõe a trabalhar com outra faixa social diferente da sua.

Precisa ser entendido que eles estão pouco se lixando para a ida de médicos estrangeiros ao interior, temem a queda do valor dos seus serviços e principalmente que esses profissionais venham oferecer um atendimento qualificado.

Toda a argumentação criada para barrar o direito do acesso do pobre ao atendimento médico cairia por terra.

Inexiste conflito de médicos brasileiros versus médicos estrangeiros, mas tão somente de interesses protecionista de mercado.

E, cá entre nós, considerar saúde apenas como produto de mercado fere a dignidade humana e por isso, pode-se dizer a pessoa que procura atendimento de saúde pouco se interessa que língua fala, que ideologia professa, quer apenas alguém capacitado para lhe restituir a saúde. 

Hilda Suzana Veiga Settineri

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