Sabem qual é o melhor lugar pra ouvir as lamentações das elites burras? Um bom salão de cabeleireira.
Eu frequento o mesmo salão há mais de 12 anos, sou muito amiga da proprietária do salão. Já falei para ela mudar o nome do salão para “Salão das Lamentações”. Ela me conhece, sabe que sou petista, lulista, dilmista. E que me divirto muito com as tais lamentações. A lamentação agora é sobre os "nossos shoppings”, palavras delas. Que os shoppings para elas era como um santuário de paz, de coisas bonitas, de gente bonita, perfumada, e segurança. Agora acabou, o povão acha que tem o direito de invadir, de querer dar um rolê no “nosso shopping”. Segundo elas, esse povão já acabou com a beleza, com a tranquilidade dos aeroportos, um bando de pobres viajando de avião. Segundo elas, o trânsito está um horror porque os pobres podem comprar carro. Tudo graças ao Lula e a Dilma, esse maldito PT que acha que todos podem ser iguais. Reclamam de tudo, das praias lotadas, de restaurante lotados, de filas no supermercado, das estradas lotadas nos feriados. Conforme elas, é um bando de pobre que acha que pode, acha que tá podendo. Mas se eles estão lá é porque estão podendo.
Eu escuto, não
discuto, apenas dou risada, eu e as funcionárias do salão. São mulheres
tão pobres de espírito, tão burras,
racistas, preconceituosas, que não vale a pena discutir com elas. Vai aqui uma dica para entender essa “elite burra, preconceituosa,
racista”, um filme ótimo, Histórias Cruzadas, dirigido por Tate Taylor. Apesar de a história do filme se passar na década de 60, no Mississípi, ela é bem atual para a elite burra das lamentações.
Jussara Seixas [Editora do Terra Brasilis - São Paulo]
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