sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Raul Jungmann: o interlocutor "previlegiado" de Nelson Jobim



Raul Jungmann: interlocutor "previlegiado" do Ministro da Defesa


Nelson Jobim: Ministro da Defesa visionário

Por DiAfonso*

Há quem tente se autopromover com a desgraça alheia (como foi o caso do Cônsul-geral do Haiti). Há aqueles para quem os holofotes são a razão de suas existências. Há, ainda, aqueles que, imbuídos de uma necessidade incontrolável de autopromoção a qualquer preço e seduzidos pelas luzes da ribalta, pensam que os outros são bestas ou turvados da mínima capacidade de compreensão dos fatos.


Raul Jungmann (PPS-PE) é uma pessoa bem articulada e de uma capacidade discursiva louvável (digo isso porque já estive presente em algumas de suas palestras em período de campanha eleitoral), mas é também um indivíduo que não pode ver uma câmara e um microfone (quem diz isso não sou eu: são alguns de seus pares e alguns setores da mídia).

Tratando, em seu site (1), da conversa que tivera com o Ministro Nelson Jobim sobre o Haiti e com o senador Flávio Arns (PSDB-PR) sobre d. Zilda Arns, além de tecer comentários sobre o III PNDH, o nobre deputado escreve o seguinte em relação, especificamente, ao contato com Jobim:

"O ministro da Defesa, Nélson Jobim, retornou um telefonema que tinha lhe dado pela manhã. Ele o fez do vôo que o leva ao Haiti, nesse momento, para ver de perto e tomar providências face ao terremoto que matou milhares de pessoas, inclusive d. Zilda Arns, criadora da Pastoral da Criança. Como ele estava o senador Flávio Arns, com quem também falei. Abaixo, o resumo da nossa conversa.

HAITI - A situação é de muita gravidade. Existe risco real de revolta popular. A catedral, a sede da ONU, a embaixada brasileira, hotéis, postos de controle, hospitais e quartéis foram ao chão."

A interlocução "previlegiada" do deputado com o Ministro da Defesa fica clara quando Jungmann afirma ter recebido, de Jobim, o retorno de um telefonema. Nota-se que, no momento em que retornara a ligação para Jungmann, o Ministro estava voando em direção ao Haiti para se cercar dos problemas ocasionados pelo grave terremoto e tomar providências. O que existe de excepcional nisso? Nada. Nada, não fosse o fato de o deputado passar a narrar, resumidamente, o teor da conversa que entabulara com o Ministro. Esta conversa não é outra a não ser o que fora exaustivamente veiculado pela mídia.

Pergunta-se: Se Jobim ainda estava em pleno voo e não em solo haitiano, como poderia ter dado as informações que dera ao nobre deputado do PPS pernambucano? Dirão alguns: os subordinados ao Ministro da Defesa poderiam ter passado essas informações. Certo... É possível. Mas, levando em conta essa hipótese, por qual motivo o deputado federal Raul Jungmann fez questão de mostrar em seu site que o Ministro, do avião, retornara-lhe a ligação e relatara a caótica situação no Haiti? A situação haitiana está sendo amplamente publicizada pela mídia... Não há nada de novo, nem de extraordinário nessas informações... A não ser... O "previlégio" da interlocução. Holofotes acesos e ponto para Raul Jungmann! Ele é um dos poucos que falam com o Ministro da Defesa e passa a seus leitores informações já conhecidas por todos.

(1) Para ler na íntegra o que escrevera Raul Jungmann, clique AQUI.

*Editor-geral do Terra Brasilis.



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