quinta-feira, 21 de abril de 2011

Homofobia: a resposta que virou texto

Quem se aventura a discutir o tema “homofobia”, todo mundo sabe disso, está sujeito a todo o tipo de opiniões, o que é natural em toda sociedade democrática e por isso mesmo aberta. Será que isso é real?



Foi o que aconteceu com o texto Quanto custa o preconceito, onde expressei minha opinião sobre a agressão sofrida pelo jogador Michael, da equipe do Vôlei Futuro, durante o jogo contra o Cruzeiro (01/04), pela Superliga Masculina de Vôlei, realizado em Contagem – MG, no último dia 01 de abril, criticando, principalmente, a decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva – STJD, que apenas multou a agremiação mineira em R$ 50 mil.



Num dos comentários deixados no diHITT, a amiga Soraya Mendonça, profissional graduada em Pedagogia e pós-graduada em Educação Infantil, do Pedagogia ao Pé da Letra, lamentou a reação agressiva enfrentada quando buscou a discussão do tema em seu site, dizendo que isso a deixou “muito triste”, pois seu objetivo foi apenas postar uma matéria que julgou importante para que as pessoas possam saber “o que está acontecendo nos bastidores do Brasil e do mundo”, razão de ser, aliás, da página que ela assina e de todos os blogs que lidam com os fatos do nosso cotidiano.



Como não consegui responder ao comentário que ela fez (só um pequeno trecho da minha resposta aparece), fato que prejudica o desenvolvimento normal do assunto e deixa a impressão de que não dei importância à opinião por ela expressada, resolvi transformar minha resposta em um novo texto, cujo conteúdo você pode conferir logo abaixo.





“Minha querida Soraya:
As discussões sobre as diferenças humanas são sempre muito difíceis, primeiro porque o próprio nome já diz, são "diferenças", e depois porque quem se dispõe a discuti-las nem sempre está preparado, e por isso não consegue compreender que a sociedade é composta por seres diferentes, e pior que tudo, na falta de argumentos, envereda pelo caminho da agressão verbal e até física, como a mídia tem nos mostrado ultimamente, sem falar na minha caixa de e-mails, é claro!
É mais ou menos o que acontece quando se discute religião.

Mahatma Gandhi, um dos homens mais importantes da história humana, disse que para ele as diferentes religiões eram "lindas flores, provenientes do mesmo jardim" e "ramos da mesma árvore majestosa", e por isso "são todas verdadeiras".

Nos dias atuais, é raro encontrar alguém que pelo menos se aproxime do entendimento de Gandhi, que manifestava um profundo respeito pela opção religiosa das pessoas. A maioria acredita que a sua religião é superior às demais. Acham que são os escolhidos para a "salvação" e que o "resto", ou seja, os diferentes, está "condenado" a arder no fogo do inferno. Não pensam na essência da mensagem que abraçam, tão preocupados estão em "converter almas" que em seu julgamento particular e radical "estão perdidas". E, no entanto, Deus é o Pai da humanidade inteira. Paradoxal, não?

Na questão da homofobia acontece mais ou menos a mesma coisa: alguns entendem que a sua forma de amar é a única política e moralmente correta, e por isso tentam jogar à fogueira os que pensam e sentem o amor de forma diferente, esquecendo-se de que todos são iguais perante o Criador. 

Separei pra você duas frases interessantes sobre o assunto:

A primeira é atribuída a Ulisses Tavares, escritor, poeta e professor de webmarketing:

"Formigas defendem o seu território e agridem espécies diferentes. Animais defendem seu espaço e expulsam raças diferentes. Tudo bem que o homem faz parte da natureza e, com isso, se justifica para se comportar como insetos e bichos. Mas somos mais que isso, até mesmo pelo processo evolutivo. Podemos nos dar ao luxo de não nos comportarmos nem como insetos, nem como bichos, nem como seres estúpidos. Podemos aceitar as diferenças e dividirmos fraternalmente o espaço. Ou negarmos a consciência e o sentimento de que somos todos iguais - para melhor ou para pior - e regredirmos na escala de desenvolvimento histórico e biológico. Resumindo: tanta coisa a resolver e ficamos, primitivos, a policiar o comportamento sexual dos outros!"

A outra foi dita pela atriz e cantora Barbra Streisand:

"Ninguém neste mundo tem o direito de dizer a quem quer que seja que o seu amor por outro ser humano é moralmente errado."

Quero acrescentar, antes que alguém tire conclusões apressadas, que sou heterossexual e continuo achando que melhor do que uma mulher, só um caminhão cheio delas, ainda que isso possa desobedecer as as regras do vigente Código Nacional de Trânsito. A diferença é que evolui, e descobri que ser feliz é muito mais importante e saudável do que ficar me preocupando com o comportamento sexual dos outros, até porque não sou dono de nenhuma verdade, e mais que isso, não tenho o direito de julgar ninguém!

Um grande abraço, Soraya...”

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