Parlamentar britânico diz que a polícia confirmou em carta que investiga o jornal britânico por espionar e-mail ilegalmente
O escândalo sobre a prática de espionagem nos jornais britânicos de Rupert Murdoch ganhou um novo capítulo depois que um parlamentar britânico informou nesta quinta-feira que as investigações policiais sobre o caso atingiram também o jornal The Times de Londres.
A revelação ocorreu um dia depois de advogados afirmarem que um
e-mail que se referia a um "cenário de pesadelo" sobre as repercussões
legais da prática de grampos no tabloide News of the World foi deletado do computador de James Murdoch menos de duas semanas antes de a polícia começar a trabalhar no caso.
O parlamentar Tom Watson, do partido trabalhista, divulgou em seu
site oficial uma carta com data de 25 de janeiro que recebeu em resposta
a outra enviada dois dias antes por ele, na qual a polícia confirma que
está investigando o Times por suposta interceptação ilegal de e-mail.
"Escrevo para assegurar que as preocupações manifestadas em suas
cartas estão sendo investigadas", afirma a carta assinada por John
Levett, que coordena a operação policial paralela à que investiga as
escutas telefônicas do tabloide News of the World.
Um porta-voz da Scotland Yard, que falou em condição de anonimato,
disse que os oficiais que investigam as escutas ilegais estavam "em
contato com Watson em relação a problemas específicos que ele desejava
levantar" depois de ter enviado à polícia uma carta em 23 de janeiro.
Entretanto, ele se negou a confirmar especificamente se a tal carta se
referia ao Times.
A investigação do jornal, uma referência da imprensa britânica com 226 anos que também faz parte do império de Rupert Murdoch
como o News of the World, aparentemente tem relação com o depoimento de
James Harding, um dos editores da publicação, feito à comissão judicial
que investiga as práticas da imprensa britânica no mês passado.
Em seu pronunciamento, ele admitiu que um repórter acessou
ilegalmente a conta de e-mail de um policial blogueiro, mas que teria
agido sozinho e que sua atitude foi posteriormente repreendida.
A News International, subsidiária britânica do grupo de Murdoch, não
comentou a informação. De acordo com a Associated Press, Harding será
intimado a retornar à comissão para dar mais esclarecimentos.
A polícia realiza inquéritos paralelos sobre o caso dos grampos, a
corrupção policial e as reclamações de interceptação ilegal de e-mails
por jornais de Murdoch - todas elas desencadeadas pelas acusações de que
o agora extinto tabloide News of the World tinha uma prática rotineira
de grampear mensagens telefônicas de voz para conseguir dar furos de
notícias.
As investigações já tinham se estendido para as acusações de subornos
a policiais feitos pelo News of the World e o outro tabloide do grupo
de Murdoch, The Sun.
Murdoch fechou o News of the World
em julho após as revelações de que eles realizaram escutas nas
mensagens de voz do celular de celebridades, atletas, políticos e até
mesmo uma adolescente que havia sido sequestrada.
Último Segundo com AP e AFP
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