domingo, 22 de julho de 2012

"Esselentíssimo" juiz

Ao transitar pelos corredores do Tribunal, o advogado (e professor) foi chamado por um dos juízes:  

- Olhe só o erro ortográfico grosseiro que temos nesta petição. 

Estampado logo na primeira linha da petição, lia-se: "Esselentíssimo Juiz". 

Gargalhando, o magistrado perguntou: 

- Por acaso esse advogado foi seu aluno na faculdade? 

- Foi sim - reconheceu o mestre. Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere? 

O juÍz pareceu surpreendido: 

- Ora, meu caro, você não sabe como se escreve a palavra "excelentíssimo"? 

Então o catedrático explicou: 

- Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes. Se o colega desejava referir-se a excelência dos seus serviços, o erro ortográfico efetivamente é grosseiro. Entretanto, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras. O certo então seria dizer: "ESSE LENTÍSSIMO JUIZ". 


Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou o tratamento de "Excelentíssimo Juiz", sem antes perguntar: 

- Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?

Sugestão do Carlos Cassaro, do Boteco de Aeroporto.

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