A maior parte dos brasileiros não deve ter a menor saudade do PSDB no governo, até por isso o partido nunca mais voltou ao poder. Mas também não há quem pareça feliz com o que os tucanos fazem na oposição. Exceto a turma do bloco midiático e da banca, o último lance dos caciques do partido desagradou a todos.
O movimento conjunto dos governadores tucanos de São Paulo, Minas e
Paraná contra a diminuição do valor no preço da conta de luz só se
justifica a partir de uma fé cega no financismo mais barato. Importa
mais para os tucanos o quanto acionistas das empresas podem vir a
perder, do que quanto os cidadãos e o sistema produtivo podem vir a
ganhar com o movimento liderado pela presidenta da República.
Além dos rentistas do capital financeiro, outro setor que parece ter
lucrado bastante com o cavalo de pau dos tucanos foi o dos colunistas de
caderneta. Você não sabe o que é colunista de caderneta? Explico: há
uma turma que além de receber o salário dos veículos para onde trabalha,
também é agraciada com convites para palestras e eventos de bancos e
empresas do sistema financeiro. Alguns chegam a cobrar de 50 a 100 mil
pelas palestras. Evidente que os banqueiros estão dando de ombros para
as obviedades que eles têm a dizer. Mas ficam muito felizes em poder
tê-los como porta-vozes nos seus veículos.
Pagam não pelas palestras, mas pelas colunas que fazem. Esse
mensalão midiático é que garante que, contra todas as evidências, alguns
não arredem pé do discurso pró-banca.
Infelizmente ainda há quem acredite na boa fé dessa turma. Mas isso
está diminuindo bastante. Tanto que o PSDB não elegeu um prefeito sequer
nas capitais da regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. E estes colunistas
não são comentados para além de alguns gabinetes de Brasília.
Aliás, faria enorme bem à política brasileira acabar com o clipping
que a Radiobrás faz de jornais e revistas e que todos os ministros e
seus principais assessores recebem. Aquilo é um falso recorte do que se
debate no país. Não faz o menor sentido ainda existir. E, pior, pautar
alguns dos que o recebem.
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