A vergonha mundial ainda protege o Brasil
Xico Sá faz uma observação preciosa hoje: “a imprensa brasileira não contava com a imprensa mundial”.
De fato, além da silenciosa imobilidade dos militares, o mundo é um
dos maiores (e como o mundo é grande) obstáculo a que o espasmo golpista
ainda não tenha consumado sua obra nefasta.
Você certamente está vendo como aquilo que chamamos aqui de Circo dos Horrores, ainda no princípio da votação, está repercutindo pelo planeta.
Posto, ao final do post, a análise do comentarista da TV SIC
(Sociedade Independente de Comunicação, emissora privada de Portugal), Miguel Sousa Tavares afirma que “nunca viu o Brasil descer tão baixo”.
Diz, sem meias palavras: “Foi uma assembleia geral de ladrões, presidida por um ladrão”.
Coisa que dezenas de comentaristas políticos deste país acham e que nenhum deles tem coragem de dizer.
É preciso que venham blogueiros para chamas as coisas pelo nome que chamei: suinocracia.
É bem verdade que alguns deles agora, com a overdose de
provincianismo canalha daquela noite estejam se dizendo chocados. Até
Joaquim Barbosa vem agora dizer que “é de chorar de vergonha” e patético
o que se passou.
Ora, passou-se porque a imprensa estimulou e a Justiça deixou, porque
não só há as ações quanto os motivos para Eduardo Cunha já ter sido
apeado, há muito tempo na presidência da Câmara e, em consequência,
daquele escárnio que assistimos.
Embora aquela chusma de canalhas tenha responsabilidades das quais
não poderão fugir, a verdade é que são simples agentes de pessoas muito
bem postas e que não clamam a Deus nem ao amor de seus filhinhos, mas
ao dinheiro.
Foi esta gente, que, se servindo do bando de energúmenos eleito por
um sistema eleitoral comandado pelo dinheiro, colocou o Brasil nesta
impensável situação de um retrocesso que reduz um dos maiores países do
mundo à condição de “banana republic” centroamericana.
Repito o escrito ainda na madrugada da vergonha:
“Nada, nenhum argumento político ou jurídico será mais desmoralizante,
aqui ou lá fora, para o golpe no Brasil que o comprometimento e o
comportamento de seus agentes executores.”
Mas repito tudo, porque eles são mesmo apenas os agentes executores.
Os seus autores, as elites brasileiras, sua mídia e uma Corte Suprema
que sabia e sabe perfeitamente com quem lidava ao autorizar a
consumação daquela tragédia é que são seus autores.
Esta é a razão que os impede de usar a frase simples, direta,
cristalina, que não se ouve aqui sem o sotaque de português: Dilma está
sendo derrubada por uma assembléia geral de ladrões presidida por um
ladrão”.
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